Há alguns anos, empresas que possuíam certificados de qualidade eram vistas com um diferencial. Hoje, a certificação é praticamente uma exigência para ingressar no mercado, buscar a ampliação da carteira de clientes e, consequentemente, do faturamento do negócio.

Segundo a gerente regional do Sebrae-SP, Josephina Cardelli, por conta de as grandes corporações terem mais fácil acesso aos certificados, passam a exigir também de seus pequenos fornecedores para que eles possam continuar sendo seus parceiros. A Petrobras é uma delas, e grande parte dos colaboradores ainda não está preparada.

"As certificações abrem mercados, promovem a melhoria da qualidade de vida dos funcionários e desenvolvem a responsabilidade social da empresa", aponta Josephina.

O Sebrae-SP oferece um programa de orientação para que os empresários entendam as certificações e se organizem para solicitar a auditoria que concede as ISO (sigla em inglês que quer dizer Normas Internacionais de Padronização).

O entrave ao micro e pequeno empresário é o custo, que gira em torno de R$ 10 mil só para que a auditoria seja realizada.

"Nossa tarefa é contribuir com os processos de preparação da empresa. São abordados temas como formas de organização interna, lay-out, tratamento de resíduos, processos de produção e reaproveitamento de materiais, entre outros, tudo de acordo com a necessidade da empresa", explica a gerente regional do Sebrae-SP.

Cássio Vido, sócio-proprietário do Econações Posto de Serviços, mais conhecido como Ecoposto, em Santo André, afirma que seu estabelecimento é o primeiro posto de combustível a ter a certificação ISO 9001 na versão 2008. "Essa certificação se refere à qualidade dos produtos e serviços oferecidos. Em outras palavras, optei por implantar um sistema de gestão reconhecido internacionalmente", conta o empresário.

Foram empregados R$ 20 mil ao todo, incluindo cursos do Sebrae, consultoria, certificação e gastos com publicidade. Para divulgar que seu posto tinha adquirido o ISO 9001, Vido realizou panfletagem com os clientes, informou as oficinas mecânicas no entorno, pôs faixas em seu estabelecimento e divulgou em seu site.

O resultado foi um crescimento de 6% em seu faturamento no período de seis meses, sendo que metade disso se deveu a parcerias com empresas de transporte, que passaram a abastecer suas frotas de veículos.

"Consegui, inclusive, retomar a parceria com a Liquigás, que havia perdido há algum tempo porque não tinha preço para concorrer", conta. "Agora fica mais fácil explicar aos clientes que cumprimos os procedimentos técnicos de qualidade, e que isso às vezes encarece o processo. A cada seis meses sofremos uma nova auditoria para assegurar que estamos de acordo com o padrão internacional da ISO 9001."

De acordo com Vido, tudo ficou mais organizado e otimizado em seu posto. "Sei quanto cada cliente abasteceu e quanto ele gastou. Tenho tudo isso sistematizado", aponta.