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Conta de luz ficará mais cara
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
07/04/2011 | 07:13
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O consumidor paulista pode preparar o bolso. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou anteontem reajuste das tarifas de energia elétrica para distribuidoras de São Paulo e de Mato Grosso. Os novos valores começam a valer já no dia 8 e devem encarecer as contas em até 7,72% em todo o Estado.

Os 3,5 milhões de consumidores atendidos pela CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) desembolsaram 7,23% mais na conta de luz. As indústrias terão aumento de 7,72% e as residências, de 6,95%. A empresa atende 234 municípios no Estado de São Paulo.

Segundo a Aneel, os índices de reajuste são calculados levando em conta a variação de custos que a empresa teve no período. O reajuste anual é um dos três mecanismos de atualização das tarifas previstos nos contratos assinados entre as empresas e a União para manter o equilíbrio econômico-financeiro da concessão.

O aumento também leva em consideração a revisão tarifária periódica e a revisão extraordinária. Esses mecanismos, segundo a agência, são aplicados para permitir que a tarifa de energia seja justa aos consumidores e suficiente para cobrir custos do serviço com nível de qualidade estabelecido pela Aneel.

CONTRADIÇÃO - Apesar de rever valores para garantir "qualidade", os problemas dos consumidores com a operadora estadual têm sido recorrentes. Neste ano, uma empresa da região chegou a perder R$ 350 mil por falta de energia. Além disso, o serviço para consumidores de Mauá e Santo André chegou a ficar interrompido por até sete dias no mês de fevereiro por conta das chuvas de verão.

Devido ao problema, a Eletropaulo foi multada no início deste mês em R$ 4,7 milhões. A demora no restabelecimento de energia no caso de cortes também pesou na decisão judicial.

Além do aumento nas contas que deve vir já neste mês, vale lembrar ainda que a Aneel aprovou mudança nas regras para a cobrança de um encargo, que custará R$ 1 bilhão e será dividido nas faturas dos clientes ainda neste semestre.

O CCC (Conta de Consumo de Combustíveis) é um tributo cobrado nas contas desde 1973, mas que neste ano ganhou nova fórmula de cálculo. É ele quem banca os lubrificantes das máquinas das termoelétricas responsáveis pela geração de energia na região Norte do País.

Segundo a Aneel, esse sistema (que é o responsável pela energia de toda a região Norte), tem custo de produção muito superior ao das áreas que são cobertas pelas hidroelétricas nacionais (que abastecem a região Sudeste, por exemplo) porque dependem da queima do óleo para gerar a energia.

Com isso, o encargo é em parte subsidiado pelo governo e em parte dividido entre todos os consumidores de energia no País, para que o valor cobrado dos moradores do Norte não seja "exorbitante".




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