Cerca de dois terços dos empregadores no Brasil têm dificuldade de encontrar pessoas qualificadas para preencher vagas de trabalho, segundo levantamento realizado pela consultoria internacional de recursos humanos Manpower. As informações são da BBC Brasil.

A pesquisa ouviu mais de 35 mil empregadores em 36 países e, de acordo com o levantamento, a falta de mão de obra no Brasil só não é maior do que a do Japão.

Entre os empresários brasileiros ouvidos pela empresa, 64% disseram ter dificuldades para preencher vagas com profissionais qualificados. No Japão, esse percentual foi de 76%. Ambos os países estão bem acima da média dos 36 países pesquisados, que ficou em 31%.

O estudo diz que a crise econômica mundial, que começou no segundo semestre de 2008 e que foi responsável pela redução de empregos e de faturamento de muitas empresas, ajudou a reduzir o problema na maioria dos países pesquisados.

Para se ter uma ideia, em 2006, a média de empregadores que não conseguiam encontrar profissionais qualificados em quantidade suficiente era de 40% considerando as nações que fizeram parte do levantamento.

Nos Estados Unidos, por exemplo, esse percentual caiu de 44% para 14% entre 2006 e 2010. Na Irlanda, país com menor escassez declarada de mão de obra qualificada, com 4% hoje, tinha 32% em 2006.

Na Grã-Bretanha, o percentual despencou de 42% em 2006 para 9% neste ano. A Espanha, outro país fortemente atingido pela crise financeira mundial, teve o percentual reduzido de 57% em 2006 para 15% neste ano.

EM EXPANSÃO
Contudo, muitos países em desenvolvimento, que foram menos atingidos pela crise mundial, viram a escassez de mão de obra qualificada aumentar. Na Argentina, por exemplo, 41% dos empregadores afirmavam ter dificuldade de preencher seus cargos com gente qualificada em 2007, primeiro ano em que o país aparece na pesquisa.
Em 2010, esse percentual aumentou para 53%.

Na China, o percentual era de 24% em 2006, caiu para 15% em 2008, mas subiu a 40% em 2010. Na Índia, houve aumento, no entanto, foi menor, de 13% em 2006 para 16%, depois de chegar a 20% do ano passado.