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Central dará transparência às operações de derivativos
17/11/2010 | 07:30
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Pouco mais de dois anos após as perdas bilionárias sofridas por várias empresas brasileiras com derivativos, o mercado nacional ganha proteção adicional para evitar a repetição dos problemas com esse tipo de instrumento financeiro. A Febraban (Federação Brasileira de Bancos), em parceria com a BM&FBovespa e a Cetip, lança hoje a CED (Central de Exposição a Derivativos), que promete dar mais transparência às operações.
Com a central, os bancos poderão consultar a posição de seus clientes em derivativos registrados tanto na Bolsa como no mercado de balcão, além de cenários de alta e baixa conforme o fator de risco do contrato. "A CED é resposta à crise que vai contribuir tanto para o mercado como para os órgãos reguladores", afirma Carlos Ratto, conselheiro da central e diretor comercial da Cetip.
Segundo o executivo, as instituições financeiras só terão acesso aos dados com autorização dos clientes. A fim de preservar o sigilo dos negócios, a central também não informará a exposição das empresas por tipo de contrato, só o total consolidado.
No auge da crise, quando empresas como Aracruz e Sadia anunciaram perdas com derivativos, nem mesmo os bancos que fizeram os contratos sabiam o quanto as companhias estavam expostas, o que contribuiu para aumentar as incertezas no mercado. "Se a CED existisse naquela época, seria possível ao menos no caso da Aracruz saber qual era a posição", diz Ratto.
Já na Sadia os contratos não estariam ao alcance da central porque os negócios foram realizados no Exterior por meio de subsidiária fora do País, segundo o executivo.
Em primeiro momento, a CED não deve contemplar as operações realizadas no Exterior. Ratto pondera que, dependendo da necessidade do mercado, isso poderá acontecer no futuro, já que, após a crise, o Banco Central aprimorou a regulação, exigindo o registro dessas operações.
Além de maior proteção nas operações com derivativos, a CED também pode ser usada como instrumento de análise de concessão de crédito, afirma Ratto.




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