O presidente da Universidade de Harvard, Lawrence Summers, foi alvo de uma moção de censura, nesta quarta-feira, depois de fazer comentários com os quais tentou explicar as razões de as mulheres terem menos sucesso que os homens na ciência e na matemática.

Suas declarações suscitaram reações de indignação na respeitada universidade e pedidos de demissão para Summers, que se desculpou publicamente em pelo menos quatro ocasiões.

O último episódio da polêmica ocorreu nesta quarta-feira, quando a Faculdade de Artes e Ciências votou a favor de uma resolução expressando falta de confiança na liderança de Summers. A moção contou com 218 votos a favor e 185 contra.

O resultado, embora prejudicial para sua imagem, tem caráter simbólico, visto que só o órgão de governo, a Harvard Corporation, tem o poder de demitir o diretor. Após a votação, a entidade divulgou um comunicado de apoio a Summers e a seus "contínuos esforços para ouvir atentamente todos os pontos de vista" da universidade. Summers, 50 anos, também respondeu que estava comprometido com a restauração de um "senso de confiança" na universidade.

O escândalo explodiu após um discurso que Summers - um economista que foi secretário do Tesouro do governo de Bill Clinton - pronunciou em 14 de janeiro durante seminário sobre "as mulheres e a ciência". Em sua fala, Summers questionou-se sobre as possíveis razões de haver uma presença menor de mulheres nas faculdades de ciências.

Levantou algumas hipóteses, como as dificuldades representadas pelas obrigações familiares, mas também mencionou a possibilidade de existir uma diferença inata entre os dois sexos.