Economia Titulo Orientação
Consumidor deve se
prevenir à crise

Mudanças de hábito, como evitar a renda extra
do cartão são essenciais para não ter de remediar

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
17/05/2015 | 07:20
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Muito se ouve falar da atual crise na economia brasileira que, com base nos números e informações divulgados pela mídia, está promovendo mais estragos do que a turbulência internacional de 2009, iniciada nos Estados Unidos. A quem o cenário de adversidades ainda não afetou, especialistas recomendam que sejam adotadas atitudes de prevenção, antes de remediar impactos de proporções mais intensas.

Segundo pesquisa da SPC Brasil, 47% dos brasileiros entendem que o cenário econômico deste ano será pior quando comparado ao de 2014. “Quem se adaptar a essa nova realidade e agir com inteligência e cautela financeira, certamente passará por este momento sem sentir a crise de maneira tão forte”, garante o educador financeiro do Portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli.

O primeiro passo para processo de mudanças de hábito é organizar as contas, tomando conhecimento efetivamente dos gastos e das rendas, entendendo melhor o que deve ser mantido ou cortado; acostumar-se a fazer planejamento de médio e longo prazos, para antever gastos extras com datas comemorativas ou impostos, e envolver a família, conscientizando todos de qual é a situação econômica da casa e como devem participar para melhor contribuir. “Quando o cenário está calmo, se tem a confiança de que seguirá no emprego no dia seguinte e gasta quase o salário todo. Do jeito que estamos, porém, é preciso cautela maior do que nos períodos de bonança. O orçamento justo por conta de gastos e parcelas pode ser estourado devido à aceleração da inflação,” alerta a economista-chefe do SPC Brasil Marcela Kawauti.

O passo seguinte é esquecer-se da oferta de crédito fácil, que se materializa por meio do cartão de crédito ou do cheque especial. Os especialistas advertem que esses recursos não são do consumidor, mas do banco. “Quem se acostumou a complementar o orçamento dessa maneira vai ficar cada vez mais enrolado. Com taxas mais altas, então, tudo passa a ser ainda mais prejudicial”, alerta Vignoli, ao recomendar que os que contam com essa ‘extensão’ do salário, tentem, aos poucos, se livrar dela, ao mesmo tempo em que evitem compras parceladas e empréstimos.

A terceira dica é pensar muito bem antes de colocar a mão no bolso para comprar algo que não seja necessário. “Se estava habituado a pedir pizza toda sexta, com essa inflação, talvez fosse melhor reduzir para duas ou três vezes por mês. O mesmo vale para o mercado. Considere o que de fato precisa e consome, busque locais mais baratos e evite gastos exagerados”, orienta Marcela. Estratégia valiosa, segundo ela, é conferir os preços de lojas e supermercados em seus respectivos sites oficiais. “Alguns itens têm até descontos especiais quando comprados on-line.”

Definida a compra, Vignoli recomenda que não se ceda à tentação de gastar mais. Se sobrar dinheiro, é preciso poupar. “Está na hora de todo mundo fazer reserva financeira. Por causa da crise, pela incerteza, essa de que ninguém sabe para onde vai a inflação, é preciso ter algo separado para imprevistos”, avisa Marcela. “Hoje essa é uma medida mais importante do que seria no ano passado. Antes estava tudo certo, todo mundo empregado mas, agora, muitos foram demitidos e os que estão empregados não sabem o que vai acontecer. É hora de frear o consumo para passar com calma por essa turbulência.” 




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