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Caça à Raposa dita o tom no mais regional dos Brasileiros

Dos 20 participantes, 18 são do eixo Sul-Sudeste;
clubes tentam quebrar a hegemonia do Cruzeiro

Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
08/05/2015 | 07:00
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Pedro Vilela/Estadão Conteúdo


Campeonato Brasileiro não é o nome mais adequado para a competição que começa amanhã, afinal, dos 20 integrantes, apenas Goiás (Centro-Oeste) e Sport (Nordeste), dois clubes que têm como meta permanecer na Série A, não pertencem ao eixo Sul-Sudeste. A supremacia de paulistas, catarinenses, cariocas, gaúchos, mineiros e paranaenses é tanta que, desde 1988, quando o Bahia foi campeão, uma equipe de outra região do Brasil não belisca o título. Em 2015 não deve ser diferente e 17 times iniciam a caça ao Cruzeiro, atual bicampeão.

O nivelamento do futebol nacional não permite a indicação de favoritos antes de a bola rolar. Diferentemente de outros anos, não existe um consenso sobre qual é o melhor clube do País. O Cruzeiro desmanchou a base que encantou nas duas últimas temporadas e nem chegou à final do Estadual, sendo eliminado pelo Atlético-MG na semifinal. Por sua vez, o Galo, que chegou ao título, vem derrapando na Libertadores e deixando a torcida com as orelhas em pé.

Em São Paulo, o Santos, time menos prestigiado no início do ano, sagrou-se campeão, deixando Corinthians, São Paulo e Palmeiras, donos de elencos milionários, a ver navios. A Ponte Preta, quinto representante do Estado, corre por fora. No Rio, o Vasco levantou o caneco em torneio dominado pelo quase falido Botafogo, que vai disputar a Série B. No Sul, Grêmio e Inter mantiveram a supremacia, mas também não gozam de grande prestígio perante aos seus torcedores.

Muitos apostam que as surpresas podem vir de Santa Catarina. Pela primeira vez na história, o Estado terá quatro representantes na elite, já que Chapecoense e Figueirense se mantiveram na Série A em 2014 e Joinville e Avaí subiram da Série B, ao lado de Ponte Preta e Vasco. Longe de grandes elencos, os times apostam na manutenção da base para surpreender.

Por fim, Atlético-PR e Coritiba lutam contra a desconfiança de seus próprios torcedores e devem brigar na parte de baixo da tabela. O Furacão não conseguiu nem avançar para a segunda fase do Estadual e lutou para não ir para a Segunda Divisão. Já o Coxa foi à decisão, mas sofreu duas humilhantes derrotas para o modesto Operário.

Desta forma, seguramente estamos diante de um dos campeonatos nacionais mais equilibrados e menos técnicos das últimas temporadas. Para se ter uma ideia, apenas três jogadores que vão disputar a competição integram o elenco da Seleção Brasileira que vai para a Copa América, casos do goleiro Marcelo Grohe (Grêmio), do volante Elias (Corinthians) e do atacante Robinho (Santos).

Pela 13ª vez, o Brasileirão será disputado no sistema de pontos corridos, com turno e returno para apurar o campeão. Cruzeiro e São Paulo são os grandes vencedores neste formato, com três títulos cada um.

FAIR-PLAY FINANCEIRO

A grande novidade no regulamento desta temporada é a possibilidade de os clubes perderem pontos se atrasarem por 30 dias os salários dos jogadores. Para que haja punição, o atleta, seu advogado ou o sindicato terão de fazer denúncia ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva até 30 dias após o torneio.




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