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Luiz Marinho abre o
cofre para servidores
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
18/03/2011 | 07:17
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O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), abriu os cofres municipais para conceder benefícios financeiros ao funcionalismo, ao contrário dos dois primeiros anos de gestão. Ontem, em assembleia geral convocada pelo Sindserv (Sindicato dos Servidores), foi aprovada a proposta do governo referente à pauta de reivindicações de 2011.

Além dos avanços que serão conquistados ainda neste ano, há previsão de melhorias significativas nos vencimentos da categoria no ano que vem, quando o petista disputará a reeleição. Em 2012, os reajustes podem chegar a 10%. Até agora, em dois anos e dois meses de administração, os funcionários públicos não tiveram reajuste em 2009 e em 2010 apenas 40% da categoria teve melhoria diminuta no holerite.

Ontem à noite, cerca de 300 servidores - são 12 mil trabalhadores públicos na cidade - se reuniram para avaliar a proposta apresentada à tarde pela Prefeitura. A aprovação foi apertada e polêmica.

O funcionalismo terá reajuste de 6,36% (inflação de março de 2010 a fevereiro de 2011, segundo o INPC), dividido em duas etapas: 3,36% a partir deste mês e os 3% restantes a partir de março do ano que vem. Para compensar esse hiato, haverá abono de R$ 850, também divididos em duas vezes: a primeira parcela de R$ 400 a partir da aprovação do projeto de lei que será enviado à Câmara com os benefícios e outros R$ 450 em setembro. Estão previstos ainda R$ 300 em dezembro, o chamado abono de Natal. O salário-base passará de R$ 703,80 para R$ 800 - acréscimo de 13,67% para cerca de 1.600 trabalhadores.

Apesar de as negociações terem sido realizadas neste ano - foram três rodadas da mesa de negociação entre Sindserv e Paço -, as melhorias mais expressivas ficaram para 2012.

Além dos 3% da sobra do reajuste atual, está acordado que haverá repasse da inflação acumulada no ano - que pode chegar a 5,8%, segundo projeções do governo federal - mais 1% de bônus. Assim, os salários dos servidores devem ter 9,8% de aumento.

Na pauta de reivindicações de 2011, o sindicato previa obter inicialmente 80% de reajuste, percentual relativo às perdas nos vencimentos no período de 1997 a 2007. Apesar de os benefícios conquistados não chegarem perto do pretendido, o presidente da entidade trabalhista, Calos Roberto da Silva, o Ketu, considerou positiva a proposta aprovada. "Tivemos um avanço em relação aos anos anteriores. Na próxima negociação (no início do ano que vem) temos que lutar para que o repasse da inflação seja obrigatório", frisou, ao ressaltar ainda que os servidores serão enquadrados nos programas de Habitação e terão outros ganhos sociais.

Houve reclamações, principalmente por parte dos educadores. "Essa é a proposta do prefeito. Agora, pergunto: Nós não temos condições de pedir mais? Só isso que não explicaram para gente", disse Rubens Pinto, da Secretaria de Educação, que votou pela rejeição. "Somos a favor porque R$ 100 para quem ganha R$ 700 são importante", defendeu o carpinteiro José dos Anjos, o Nequinha.

 

Ao contrário de anos anteriores, houve apenas um protesto

 

A administração petista não sofreu com os protestos dos servidores em 2011 como ocorreu nos dois primeiros anos de gestão. Neste ano, a categoria fez apenas uma manifestação, no início do mês, após não receber qualquer contra-proposta. Na oportunidade, atiraram bananas no hall do Paço e retribuição à ‘banana' que receberão do prefeito Luiz Marinho.

Em 2009 e 2010, anos em que não foram repassados sequer os reajustes da inflação, o funcionalismo protestou mais ativamente. Chegaram a promover passeata com cerca de 2.000 pessoas nas ruas do centro e pararam as atividades por um dia.




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