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Feliz no São Paulo, Michel Bastos quer renovar logo o seu contrato com o clube
30/04/2015 | 08:00
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Em oito meses no São Paulo, o meia Michel Bastos conseguiu vencer a desconfiança da torcida e agora é titular incontestável. Autor de gols decisivos e líder de assistências no ano, o jogador concedeu entrevista exclusiva para falar da Copa Libertadores e garantir que a vitória sobre o Corinthians marcou o reinício da equipe na temporada.

Agência Estado - A vitória sobre o Corinthians virou o modelo de atuação para o São Paulo seguir?

Michel Bastos - Quando se conquista um resultado positivo num jogo em que a equipe foi bem em todos os quesitos, tem de pegar esse jogo como exemplo e tentar manter ou melhorar. Temos de pegar o jogo como ponto de partida. Estamos nas oitavas da Libertadores e depois tem o Brasileiro, então vamos dizer que daqui se começa do zero. E é sempre bom iniciar com confiança, vindo de uma grande vitória.

AE - O São Paulo caiu no lado difícil do mata-mata da Libertadores e para ir à semifinal pegará Cruzeiro e River ou Boca. O que vocês acham disso?

Michel Bastos - Gosto de desafios, até para valorizar a vitória e uma boa atuação, contra uma grande equipe. Lógico que se fosse escolher tentaria facilitar, mas eu tento levar para o lado positivo. É bom poder enfrentar um Cruzeiro, um Boca ou um River, porque isso te dá oportunidade para jogar um clássico, contra uma equipe grande, e amanhã ter história para contar. Posso dizer que joguei na Libertadores e fiz um gol contra o Corinthians em um jogo decisivo. Posso contar isso para o meu filho e ficar marcado.

AE - Você extravasou bastante na comemoração.

Michel Bastos - Sempre extravaso bastante quando faço gol. Mas não tenho nada contra o Corinthians, só defendo a camisa do time em que jogo. Quem está do outro lado quer ganhar e fazer gol no São Paulo, e do nosso lado também tem essa vontade. Não vou mentir: a gente precisava ganhar aquela partida e eu pude ajudar.

AE - A cada fase que passa pode significar o último jogo do Rogério Ceni pela Libertadores. Ele fala isso para vocês?

Michel Bastos - O Rogério passou para todos nós o que é ganhar uma Libertadores e isso deu um gás para todos nós. Alguns aqui são novos, outros têm mais experiência, como eu, com quase 32 anos, e é a minha primeira Libertadores. Logo na estreia estou em um grupo que tem condições de ser campeão. Com certeza o fato de o Rogério ter exposto para a gente que ele não quer parar no meio do caminho nos incentivou.

AE - O que mais te surpreendeu na Libertadores?

Michel Bastos - O nível técnico talvez não se compare à Liga dos Campeões, mas o nível de agressividade, contato com o jogadores, é muito mais forte. É muito mais pegado. Um jogo que vi que o time veio aqui só para bater foi contra o Danubio. Os times muitas vezes esquecem de jogar bola.

AE - Como está a sua renovação de contrato (o vínculo termina no fim do ano)?

Michel Bastos - Já expus que tenho vontade de permanecer no São Paulo, pelo que venho vivendo e pelo meu bom relacionamento com os torcedores, treinador, comissão técnica e diretoria. Não esperava que fosse dessa forma. Todo mundo aqui hoje aposta no meu futebol. Não tenho vontade de sair. Vim aqui com um contrato curto, mas tanto eu como o São Paulo já falamos sobre a vontade de continuar. Tenho certeza de que vai ter acordo logo.

AE - Você sentia falta de ter uma passagem longa por um clube brasileiro?

Michel Bastos - Sempre tive vontade de voltar, pelo fato de ter ficado muito pouco tempo aqui. Foi comprovado na minha chegada ao Brasil que a maioria das pessoas não conhecia o meu futebol, apesar de eu ter jogado uma Copa pela seleção. Vi que muita gente tinha um ponto de interrogação sobre o Michel Bastos. Sempre quis ter a vontade de voltar e mostrar quem eu sou. Fico feliz de hoje poder mostrar isso. Queria voltar e ter uma estadia maior.

AE - Recebeu sondagem para ser naturalizado?

Michel Bastos - Tive uma pequena reunião com pessoas da comissão técnica da seleção francesa, um encontro no sentido de colocar o negócio em pauta. Acabei até me naturalizando e com certeza, se tivesse vontade de jogar pelo país deles, seria convocado. Mas desde o começo falei que não tinha intenção. Até quando me fizeram pela primeira vez a pergunta falei que não abria mão de tentar um dia jogar pela seleção do meu país.

AE - Você ficou frustrado por não ter voltado à seleção depois da Copa de 2010?

Michel Bastos - Fomos eliminados na Copa do Mundo, a base daquela seleção saiu e eu fui no embalo. Voltei para o Lyon, fiz boas temporadas, tanto como a que fiz pelo São Paulo. Mas ficou marcado pelo fato de eu ter ido para uma Copa do Mundo não tão reconhecido como os jogadores que estavam lá. Faz parte.

AE - Na sua opinião houve uma "caça às bruxas"?

Michel Bastos - Alguém tem de pagar o pato. Depois da Copa continuei mantendo um bom nível no Lyon e via que as chances de voltar eram remotas, por isso passei a focar no meu clube mesmo. Nunca vou abrir mão de seleção brasileira, mas hoje minha prioridade é o São Paulo. E, se fizer bem o meu trabalho aqui, vou colher alguns frutos.




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