O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que nesta quarta-feira receberá o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, está convencido de que vai ser acusado de compactuar com seu colega para fabricar a bomba atômica, em uma entrevista publicada pelo jornal italiano La Repubblica.

"Vão dizer que estou de complô com o Irã para ameaçar o mundo e que vamos construir a bomba atômica", afirmou Chávez, depois de mencionar os projetos econômicos e científicos conduzidos por ambos países.

Por trás dessas acusações, afirma Chávez, se oculta "o Mal, aquele que domina o Império, o vampiro que protege os oligarcas".

"Não preciso dizer seu nome, todos sabem quem é o inimigo da paz", afirmou na longa entrevista concedida a Daniele Mastrogiacomo, o jornalista que foi seqüestrado em abril durante duas semanas pelos talibãs no Afeganistão.

Longe do fim- Hoje, o número três do departamento de Estado dos EUA, Nicholas Burns, afirmou em Nova York que o  tema nuclear iraniano não está encerrado, em resposta à declaração do presidente iraniano Mahmud Ahmadinejad que garantiu na terça-feira na ONU (Organização das Nações Unidas) que o assunto está "encerrado".

"Lamento dizer ao presidente Ahmadinejad que o caso não está encerrado", disse o secretário de Estado adjunto para assuntos políticos Nicholas Burns, em resposta ao discurso do líder iraniano na Assembléia Geral.

Ahmadinejad disse que a polêmica sobre os projetos nucleares do Irã "está encerrada como assunto político", cabendo apenas a supervisão da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).

O Irã rebate o argumento das potências ocidentais de que tenta construir armas nucleares sob o disfarce de um programa nuclear civil e insiste que tem o direito de buscar o enriquecimento de urânio como signatário do Tratado de Não Proliferação.