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Médico contesta pedido de eutanásia
31/08/2005 | 23:35
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A decisão do recepcionista Jason de Oliveira de pedir judicialmente que seu filho de 4 anos tenha direito à eutanásia, alegando que a criança está sofrendo, foi contestada nesta quarta-feira à tarde pelo diretor clínico do Hospital Unimed, Luis Fernando Peixe, em Franca, a 400 quilômetros de São Paulo.

Peixe explicou que se trata de doença degenerativa metabólica do sistema nervoso central e não tem cura. É causada pela deficiência de algumas enzimas e considerada rara – um caso em cada dois milhões. Mas ressaltou que o menino não sente dor nem sofre. “Ele está bem e é bem tratado.”

J.B.O. está há 4 meses internado na UTI do Hospital e recebe diariamente, das 13h às 21h, a companhia apenas da mãe, pois o acesso ao pai foi restringido após sua tentativa de desligar os aparelhos.

Segundo o médico, a doença vem sendo monitorada pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. “Até a primeira internação, a criança andava e falava, mas hoje não faz nada disso. Os músculos, assim como o cérebro, estão atrofiando. Ele não reconhece as pessoas, sobrevive com aparelhos”, comentou o médico.

Outra informação dada por Peixe é de que a criança chega a respirar por 12 horas sem o aparelho e se alimenta por uma sonda no estômago. “Infelizmente, não há reversão e a tendência é a doença evoluir até a morte. Ele está vivo, não está em coma e não tem morte cerebral, mas não é possível prever até quando conseguirá sobreviver. Pode ser que aconteça daqui um mês, um ano ou dez anos, não há uma previsão certa”, completou Peixe.

A equipe médica, esclareceu, não concorda com a posição do pai de querer a eutanásia. “Nós médicos seguimos o Código de Ética Médico. Jamais faríamos isso (eutanásia). A igreja também proíbe e, como muitos médicos, sou católico.” Também lembrou que a lei proíbe a eutanásia no Brasil.




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