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Indios aceitam trégua e Funai cuida de demarcaçao
Do Diário do Grande ABC
19/01/1999 | 15:41
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Os índios guarani-caiovás de Antonio Joao, a 481 km de Campo Grande, acertaram uma trégua com autoridades locais e da Fundaçao Nacional do Indio. Eles ficarao na fazenda Fronteira, ocupada dia 20 de dezembro, em uma área de 30 hectares, recebendo recursos técnicos e insumos para atividade agrícola, além de cestas básicas, até que a Funai identifique e demarque as áreas indígenas no município.

Os guarani-caiovás se comprometeram a nao repetir as invasoes de lojas e residências na cidade que, segundo caciques e feiticeiros, estao nas terras de seus antepassados. Trata-se de uma faixa de fronteira com o Paraguai de 25 mil hectares. Oas índios querem transformar a área, chamada de Morro Marankatu, em uma nova e grande naçao indígena. A luta por essa terra prometida começou há pelo menos 35 anos, sob a liderança do líder guarani Marçal de Souza, assassinado em 83 na Aldeia Campestre, onde morava.

Caciques de tribos do Paraguai estao dando apoio aos índios de Antonio Joao, colocando guerreiros à disposiçao dos invasores da fazenda Fronteira para evitar que pessoas estranhas entrem no acampamento. Participaram das negociaçoes o chefe de gabinete da presidência da Funai, Celso Carelli Mendes, o administrador regional do órgao, José Nilton Bueno, o cacique d. Quitito Vilhalba e diversos líderes da Aldeia Campestre.

Os índios concordaram em nao abater o gado e deixar o proprietário da fazenda, Pio Queiroz Silva, e seus funcionários trabalharem normalmente na propriedade. Durante as negociaçoes foram oferecidos aos 250 índios, em troca da desocupaçao da Fronteira, uma fazenda com 180 hectares, vizinha da Aldeia Campestre, tratores, sementes, água potável, cestas básicas e lenha. Eles nao aceitaram. Preferem esperar a demarcaçao.




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