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Wagner Damo construirá prédio em rua de Ribeirão
Raphael Di Cunto
Especial para o Diário
05/05/2010 | 07:46
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Andréa Iseki/DGABC


O empresário Wagner Damo, dono da Lara - Central de Tratamento de Resíduos LTDA e sobrinho do ex-prefeito de Mauá Leonel Damo (que se desfiliou do PV em 2009 antes de ser expulso), afirmou ontem que pretende construir na Rua Domingos Megias Morgado, conhecida como Estacionamento 45 graus, um prédio comercial para locação das salas.

Conforme o Diário adiantou na segunda, a Lara foi a única participante da licitação para venda da rua - o lance vencedor foi de R$ 1,535 milhão.

Embora a assessoria da Prefeitura ainda não forneça informações sobre o certame, o Diário Oficial publicou ontem ato em que a empresa aparece como única classificada para comprar a área. A administração aguarda agora o prazo para os interessados entrarem com recurso para confirmar a venda.

Damo se disse surpreso ao saber que ninguém mais iria concorrer para comprar o terreno, mas atribuiu isso ao alto valor da propriedade. "É incomum, em negociações como essas, precisar pagar a vista. Mas o edital era claro quanto a metragem, valor e forma de pagamento, o que deve ter assustado os investidores", pontuou.

Segundo o empresário, o número de interessados seria maior se o terreno pertencesse a uma imobiliária. "Numa negociação entre empresas daria para parcelar o valor em cinco ou dez vezes", ressaltou.

O nome do vencedor e principalmente a forma como venceu, contudo, levantaram suspeitas até mesmo em integrantes do governo - Damo pertence ao grupo político do prefeito Clóvis Volpi (PV), que pretende concorrer à Prefeitura de Mauá em 2012.

Volpi, contudo, rebate todas as críticas e afirma que usará o recurso em obras de infraestrutura. "Não me importo com quem comprou, apenas que o dinheiro venha para a Prefeitura", frisou.

Já o empresário estuda usar o terreno para construir um prédio comercial e alugar as salas do edifício. "A Lara pretende entrar nesse mercado, mas precisamos ver se a legislação da cidade permite", explicou Damo. Ribeirão Pires possui diversas restrições ambientais por estar completamente inserida em área de mananciais.

O caso ainda espera análise pelo Ministério Público, que pode entrar com ação por improbidade administrativa contra o prefeito se confirmar que o local é uma rua. A Prefeitura defende, contudo, que a área não está cadastrada com esta função.  

Vereadores do PV discutem venda da área

A venda da Rua Domingos Megias Morgado, no Centro Novo de Ribeirão Pires, levou a bate-boca entre os vereadores Saulo Benevides e Gerson Constantino (ambos do PV) ontem na Câmara. A discussão acalorada, contida depois pelos outros vereadores, mostrou que o racha entre Benevides e o governo, até hoje não explicado direito, é definitivo.

"Você não pode ficar se baseando em boatos ao falar na tribuna porque senão vou contar o que dizem sobre sua saída do grupo", ameaçou o líder do governo na Câmara, Gerson Constantino, que se filiou ao PV em 2008 aconselhado por Benevides.

O debate começou com pedido do vereador Vicente de Abreu, o Vicentinho (PR), para que o prefeito Clóvis Volpi (PV) refizesse a licitação de venda do terreno, conhecido como Estacionamento 45 graus. "Acho que precisava de mais divulgação para ver se conseguimos um preço melhor", afirmou o parlamentar.

O leilão, ocorrido na sexta, só teve um participante, o empresário Wagner Damo, dono da Lara - Central de Tratamento de Resíduos LTDA, sobrinho do ex-prefeito de Mauá Leonel Damo (ex-PV, hoje sem partido) e integrante do grupo político de Volpi.

Benevides, que também já foi aliado de Volpi e Damo até desavenças durante a eleição de 2008, chamou a venda do terreno para o empresário de "conluio" e se disse arrependido de ter apoiado a candidatura do prefeito para o primeiro mandato. "Eu errei em 2004 quando apresentei o Clóvis Volpi para o município e por isso peço desculpas", alfinetou. Na época, o verde era 1º suplente do PV na Câmara Federal.

O líder do governo na Câmara, Gerson Constantino, foi à tribuna rebater os ataques e subiu o tom. "O senhor conhece melhor do que todos aqui as pessoas que adquiriram o terreno porque fazia parte deste grupo até pouco tempo atrás", declarou.

Benevides devolveu a crítica dizendo que o prefeito não honrou os compromissos. "Eu acreditei nas promessas deles. Primeiro, na de que ele encerraria a carreira política em Ribeirão Pires. Mas ele já está de mudança para Mauá", disse.

A declaração irritou Constantino, que cortou a fala do colega mas, alertado por Vicentinho, preferiu encerrar a discussão. "Este não é o momento. Mas guarde os seus pedidos de desculpas porque ainda vai precisar muito deles", concluiu.




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