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Debate dos escândalos
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
27/09/2010 | 08:45
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Os escândalos de corrupção, favorecimento e tráfico de influência presenciados no Brasil nos últimos anos foram o destaque do debate promovido ontem pela TV Record entre os principais presidenciáveis. Mas não houve novidades em acusações ou nas respostas já proferidas por Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (Psol) sobre o assunto.

Plínio foi um dos mais efusivos ao abordar as denúncias de lobby na Casa Civil do governo Luiz Inácio Lula da Silva, que culminaram na saída da ministra Erenice Guerra. "A corrupção bateu na sala ao lado. Você, Dilma, ou é conivente ou é incompetente. Se vencer, você vai ter de nomear muita gente. Vai ter competência para escolher os funcionários ou vai escolher outras Erenices?", indagou o socialista.

Dilma adotou discurso ponderado. "Todas as denúncias têm de ser apuradas d forma rigorosa. Ninguém está acima de qualquer suspeita."

Serra teve de falar sobre o Mensalão do DEM, esquema de arrecadação de propina no governo de José Roberto Arruda no Distrito Federal - os democratas são parceiros incondicionais do PSDB. O ex-governador, inclusive, foi cotado para ser candidato a vice-presidente na chapa tucana encabeçada por Serra.

No restante do debate, sem novidades. Serra optou por destacar sua trajetória de homem público, estratégia adotada desde o início de sua candidatura, mas que ainda não surtiu efeitos positivos junto ao eleitorado. Dilma mais uma vez colou a imagem em Lula. Marina continuou com a tática do bate e assopra: reconheceu os feitos do passado, nas gestões tucana (1995 a 2002) e petista (2003 a 2010), mas não foi "complacente com os erros".

Plínio roubou a cena. Arrancou risos e aplausos da platéia em diversos momentos. Rotulou Dilma de "candidata fabricada" e Marina de "ecocapitalista". Disse que Serra tem coragem de ser candidato após "péssima gestão na Educação" no Estado de São Paulo. Respondeu o tucano, que disse que deu aula para alunos do ensino fundamental. "Não deve ser bom professor, porque está todo mundo analfabeto." Plínio também não poupou imprensa. Após criticar a cobertura das eleições pelos meios de comunicação que não lhe dão espaço, presenciou problemas técnicos no estúdio da Record. "Está vendo, só foi criticar a imprensa que dá apagão."

GAFES - O debate da TV Record também foi recheado de gafes por parte dos presidenciáveis. Marina Silva iniciou a série de informações incorretas. A verde chamou o apresentador de Carlos Freitas, sendo que o jornalista chama-se Celso Freitas.

Ao discorrer sobre o programa Reuni (de expansão do ensino superior), Plínio de Arruda Sampaio disse que os países envolvidos no projeto são além de Brasil, a África do Sul, Índia e União Soviética, que já não existe desde 1991 - transformou-se em Rússia. Desatento, o socialista também deixou de replicar um comentário feito por José Serra, que respondeu pergunta de jornalista sobre corrupção. "Não tenho condição (de falar por um minuto) porque me perdi aqui", admitiu Plínio, que não prestou atenção no comentário do tucano e também confundiu Dilma com Marina.

No caso de José Serra, a gafe foi proferida duas vezes. O tucano ressaltou que quando foi governador de São Paulo (de janeiro de 2007 a março deste ano), realizou 110 mil concursos públicos. Para fazer isso, teria de ser aberto 92 editais de seleções em cada um dos 1.185 dias que comandou o Palácio dos Bandeirantes.

 




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