A redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para o setor automotivo, eletrodomésticos da linha branca e materiais de construção está estimulando outros segmentos a buscar o mesmo benefício. É o caso do setor moveleiro, que tem forte presença na região, principalmente em virtude da concentração de fábricas em São Bernardo. O setor reivindica ao governo federal a redução para zero da alíquota de IPI incidente sobre os móveis em geral, painéis de madeira e componentes.

Recentemente, representantes da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário) e da Abipa (Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira) se reuniram em Brasília (DF) com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, que ficou de analisar e encaminhar a proposta ao ministério da Fazenda.

As entidades querem igualdade de tratamento entre as empresas do mesmo setor. Segundo o presidente da Abimóvel, José Luiz Dias Fernandez, as isenções de IPI concedidas pelo governo a outros segmentos fez com que as vendas da indústria de móveis diminuíssem e, consequentemente, agravassem a crise do setor, que hoje é formado por mais de 15 mil indústrias e responsável por cerca de 260 mil empregos formais no País. Os consumidores deixaram de comprar móveis para adquirir máquina de lavar, por exemplo.

REGIÃO - O presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis de São Bernardo e região, Hermes Soncini, afirmou que o mercado local teve sensível retração na produção e nas vendas de móveis após o início da crise financeira, deflagrada no ano passado. "Diante do quadro problemático, qualquer iniciativa será bem-vinda, a exemplo da possibilidade de redução do IPI."

Para Soncini, a dificuldade de crédito também preocupa. "Fazemos móveis sob encomenda vendidos, principalmente, à classe média, que hoje enfrenta dificuldades na obtenção de financiamentos."