O bom desempenho da última novela das seis da Globo, Escrito nas Estrelas, deixou para Araguaia a missão de segurar a audiência da faixa. O folhetim de Walther Negrão não fez feio no primeiro capítulo, exibido anteontem.

As belas imagens da região do rio que batiza a novela, gravadas em alta definição, aliadas a uma trama que remete a lendas e costumes do Centro-Oeste brasileiro, parecem ser o trunfo da produção. A exibição alcançou 26 pontos no Ibope, mesmo número da estreia da antecessora, que chegou aos 33 na reta final.

Na apresentação, a paisagem estonteante ainda se sobrepunha à atuação do trio central: Solano (Murilo Rosa), Manuela (a andreense Milena Toscano, em sua primeira protagonista) e Estela (Cleo Pires). Rosa, que vive agora um encantador de cavalos, parece até repetir um pouco do tom do peão Dinho, que fez em América (2005).

Edson Celulari, que faz participação especial como o pai de Solano, é outro que parece repetir trejeitos. O bigode e jeito de malandro fazem de Fernando uma espécie de Vadinho, da minissérie Dona Flor e seus Dois Maridos (1998), sem o sotaque baiano.

Como os núcleos são pequenos, o capítulo foi suficiente para apresentar quase todos os personagens e dar início ao mistério envolvendo a família de Solano.

Os veteranos não decepcionaram. Lima Duarte, em sua atuação como Max, o vilão da história, deu show tanto nas cenas em que é arrogante como quando se declara, com os olhos marejados, para Antoninha (Regina Duarte, outra em participação especial). Laura Cardoso (Mariquita) e Otávio Augusto (Padre Emílio) também prometem roubar a cena, como é de costume.