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Lula articula ida de Ciro para o PMDB
19/03/2005 | 15:24
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou pessoalmente nas articulações para que o ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, se filie ao PMDB e se transforme em peça importante do partido na composição eleitoral de 2006. Na visita que fez quarta-feira passada a Santa Catarina e ao Rio Grande do Sul, para ver de perto áreas castigadas pela estiagem, Lula conversou sobre o assunto com os governadores Luiz Henrique (SC) e Germano Rigotto (RS), ambos do PMDB, e pediu apoio para viabilizar essa estratégia.

Segundo integrantes do comando do PMDB, o ministro poderia ajudar na unidade do partido e, eventualmente, sair como candidato à vice-presidente na chapa de Lula à reeleição, além de fortalecer seu nome à campanha de 2010. Ao despontar como liderança forte no PMDB, Ciro neutralizaria o ex-governador Anthony Garotinho, um dos pré-candidatos da ala oposicionista do PMDB ao governo federal.

Ciro Gomes não teria obstáculos no PMDB do Ceará. O ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, o convidou para entrar no partido desde o ano passado, quando sua situação no PPS começou a se complicar. Atualmente, Ciro Gomes está afastado do PPS por decisão do diretório nacional, que comunga com a posição do presidente do partido, deputado Roberto Freire (PE).

Se contar com o aval dos governadores do PMDB, a filiação de Ciro teria um peso maior e poderia influir no ingresso de outros governadores, como Paulo Hartung (ES) e Eduardo Braga (AM), que já conviveram com ele no PPS. Braga é mais próximo do ministro e também está numa situação desconfortável no PPS desde o afastamento de Ciro. Tanto Hartung como Eduardo Braga já mantiveram conversas com lideranças do PMDB.

Na visita que fez ao Sul, o presidente Lula pôde perceber que a aliança de seu partido com o PMDB é cada vez mais difícil. Mesmo assim, disse ao governador Luiz Henrique que ainda aguarda um entendimento para 2006. O peemedebista disputará a reeleição ao governo catarinense e o PT, que rompeu com o governador, está dividido entre as candidaturas da senadora Ideli Salvatti e do ministro da Pesca, José Fritsch.

No palanque ao lado de Lula, o governador foi vaiado duas vezes por vereadores do PT ao discursar na cerimônia no município de Coronel Freitas. Um dos berços do MST, a região é reduto eleitoral do PT e, sobretudo, do ministro da Pesca, que disse estar disposto a ajudar o presidente na reeleição. Em resposta às pressões e vaias, Luiz Henrique disse que o estado sempre esteve ao lado dos pequenos agricultores na briga por mais recursos destinados às perdas com a estiagem. 




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