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Ofensiva contra às Farc pode por em risco a vida de reféns
Da AFP
17/08/2004 | 18:05
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As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) avisaram nesta terça-feira que a ofensiva militar conduzida pelo governo colombiano nas selvas do sul do país poderia ter repercussões sobre a vida dos reféns que mantêm em seu poder. Depois desta declaração, as famílias dos seqüestrados denunciaram que seus parentes estavam sendo usados como "escudos humanos" pelos insurgentes.

O número dois das Farc, Raúl Reyes, destacou em comunicado que os rebeldes têm a ordem de responder em caso de tentativa de resgate dos reféns por militares envolvidos no chamado Plano Patriota.

"As Farc advertem ao presidente Alvaro Uribe que a vida dos reféns corre grande perigo. Nossas unidades têm a ordem de responder a qualquer ataque militar", acrescenta o comunicado.

Em resposta, o vice-presidente da Colômbia, Francisco Santos, afirmou que os únicos que deviam temer o Plano Patriota eram os guerrilheiros das Forças Armadas.

O Plano Patriota - a maior ofensiva militar já lançada contra à guerrilha colombiana -, elaborado e financiado por Washington, prevê a mobilização de 15 mil homens nas zonas de selva dos departamentos de Caquetá, Huila e Meta, assim como em San Vicente, Puerto Losada, La Macarena, Yaguará, Cartagena del Chairá e nas imediações do rio Guayabero, entre outras localidades.

Familiares - A mensagem emitida pelas Farc foi recebida com preocupação nesta terça-feira pelas famílias dos seqüestrados, que se concentraram na Plaza Bolívar, no centro de Bogotá, para exigir a libertação dos reféns e defender o acordo de intercâmbio humanitário.

"As Farc estão utilizando nossos familiares como escudos humanos", denunciou Juan Carlos Lecompte, marido da ex-candidata presidencial seqüestrada Ingrid Betancourt.

A líder política, em cativeiro desde o dia 23 de fevereiro de 2002 no sul da Colômbia, faz parte de um grupo de cerca de 20 políticos, 40 militares e três americanos que as Farc querem trocar por 300 de seus membros presos.

Também estava presente na concentração a mãe de Marc Gonsalves, um dos três americanos seqüestrados por guerrilheiros no dia 13 de fevereiro de 2003 quando o avião no qual realizava uma missão antidroga caiu nas selvas de Caquetá, atingido pelo fogo rebelde. Outro americano e um colombiano foram executados na mesma ação.

A mãe de Gonsalves reune-se nesta terça-feira com o embaixador dos Estados Unidos William Wood, para exigir que Washington "faça algo" para a libertação de seu filho.

Apesar de o governo de Uribe ter manifestado interesse em negociar um acordo humanitário, exige que a guerrilha liberte cerca de 1,6 mil pessoas que, segundo as autoridades, estão em poder das Farc, e conceda uma real garantia de que os rebeldes eventualmente libertados não retomem as armas.

No comunicado divulgado nesta terça-feira, as Farc afirmam ter informações segundo as quais Uribe pretende condicionar a não-extradição aos Estados Unidos e dos líderes guerrilheiros como Simón Trinidad e Nayibe Rojas à libertação de todos os seqüestrados.




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