Da noite de quarta-feira à manhã desta quinta-feira, o Rio de Janeiro registrou duas chacinas que somam onze vítimas. Em um dos crimes, sete jovens foram encontrados dentro de um carro. Cinco eram menores de idade e foram esquartejados. No outro ataque, quatro homens foram retirados de um carro roubado e mortos a tiros.

Os corpos de cinco rapazes, com idades entre 14 e 18 anos, foram abandonados num Siena, próximo a um posto de saúde em Del Castilho, na zona Norte da cidade. Outros dois adultos, mortos na mesma sessão de torturas, também foram deixados no carro.

Os garotos saíram de casa por volta das 18h. Um deles, Maurício da Costa Andrade, de 17 anos, estagiário da Imprensa Oficial do Município, chegou do trabalho, pegou o material de futebol e saiu para encontrar os amigos. Eles pegaram uma van e seguiram em direção a Bonsucesso. O grupo foi abordado por traficantes. Eles foram levados para o alto do morro no veículo e, por volta das 22h, foram torturados. Chegaram a ser arrastados pelas vias da favela. Um dos jovens escapou, voltou para casa bastante machucado, e procurou as famílias das vítimas.

Pela manhã, os corpos foram deixados esquartejados na estrada Ademar Bibiano. Numa das pernas cortadas, a tornozeleira que seria usada no jogo de futebol.

Além de Maurício, foram mortos Flávio Felipe da Conceição, de 14 anos, André Luiz Santos, de 15, Rodrigo Jaime Santiago Borges, de 17, e Jaime Klecio Lima, de 18. Nenhum deles tinha passagem pela polícia, informou o delegado Jader Amaral, da 44.ª Delegacia de Polícia (Inhaúma).

Os policiais acreditam que os jovens foram mortos por terem sido confundidos com traficantes de facção rival do TCP (Terceiro Comando Puro) ou por vingança.

Na mesma noite, quatro homens foram mortos a tiros em Irajá, na zona Norte do Rio. Eles foram retirados de um Astra vinho, placa KPO 3388/RJ, roubado no domingo, e executados na rua Marquês de Aracati e Monsenhor Félix.