Política Titulo Editorial
Licitação obscura
Do Diário do Grande ABC
14/04/2015 | 08:49
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Aline Pietri/DGABC


Um fantasma ronda a Secretaria de Educação de Santo André. Há indícios de que irregularidade foi cometida na assinatura de contrato vultoso da Pasta com desconhecida empresa de pequeno porte, constituída comercialmente poucos meses antes de vencer a licitação de quase R$ 15 milhões. A suspeita, publicada pelo Diário, chamou a atenção do Ministério Público, que instaurou inquérito para aclarar o que se deu nos bastidores e, em caso de confirmação da desconfiança, exigir que o dinheiro pago sem a necessária contrapartida seja restituído aos cofres municipais.

É evidente que, por enquanto, nenhuma acusação pode ser feita aos personagens envolvidos no episódio. Mas não deixa de ser sintomático o esforço que o secretário de Educação, Gilmar Silvério (PT), faz para não responder aos questionamentos relativos à negociação, da qual ele é o principal responsável.

Por que se esconder se não há nada de errado a acobertar? Que o petista venha a público defender a idoneidade do processo de contratação da Uniks Comercial Eireli e apresente as credenciais da empresa que nortearam a escolha. Elas existem, correto? Evitar o debate é o pior caminho para quem deveria, como os agentes públicos, defender a transparência de suas ações. Ou a situação vira bola de neve rolando montanha abaixo.

Primeiro, a falta de clareza no processo despertou o interesse da equipe de reportagem deste jornal, sempre atenta ao que se passa nos bastidores do poder, aonde quer que ele se manifeste. Agora, também incomodou os promotores José Luiz Saikali e Marcelo Santos Nunes. O espectro pode ser um fantasma de fato ou apenas uma ilusão de ótica. Mas como a opinião pública pode decidir se está diante de um ou de outra se Gilmar Silvério permanecer em silêncio? Obscuridade, que também pode ser sinônimo de ignorância, não é palavra que deve aparecer associada à Educação. Concorda com a tese, senhor secretário? 




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