Com uma cadeira no Legislativo de Santo André, o PDT tenta articular espaço no primeiro escalão do governo Carlos Grana (PT). A proposta pedetista é retomar participação no secretariado após saída de Raimundo Salles, hoje no PPS, que deixou a Pasta de Cultura depois de desentendimentos internos. Para encampar o projeto, a justificativa seria o acordo eleitoral firmado no segundo turno do pleito, quando o partido, assim como Salles, candidato derrotado na ocasião, manifestou apoio ao PT contra Aidan Ravin (PSB).

Diante da morte do vereador Cosmo do Gás, em março, Carlos Ferreira assumiu a vaga na Câmara. O parlamentar, hoje no quinto mandato e autointitulado independente, admitiu que houve diálogo com integrantes do Executivo para levantar os termos das tratativas no fim de 2012. Segundo ele, caso haja continuidade de apoio na Casa, a “relação deveria se manter”. “Entendo que interessa para o Paço acordo com o PDT”, alegou, ao acrescentar que teve conversa com Grana e o secretário de Governo, Arlindo José de Lima (PT).

Ferreira negou ter pedido cargos na Prefeitura – o PDT, de acordo com a cúpula da administração petista, possui nomeações de comissionados. “Não tenho qualquer indicado no Paço”, disse. “Mas é óbvio que, se eu fosse prefeito, queria obter mais partidos na base, unidos. Até certo ponto estaria subordinado a obedecer (à condução), se não ferisse a minha linha”, adicionou o vereador.

Por conta do desligamento de Salles, Arlindo justificou que o acordo se “encerrou de forma natural”. “Aquele acabou, mas ficaram pessoas no governo”. O titular mencionou que o governo contribui com os diretórios nacional e estadual do PDT para “reformular” a executiva municipal”.