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Sergei Cobra lança candidatura de oposição na OAB-SP

Filho da ex-deputada federal Zulaiê Cobra, criminalista critica gestão de Marcos da Costa e cita ‘subserviência’ da entidade aos governos

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
14/04/2015 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Filho da ex-deputada federal Zulaiê Cobra (PSD), o advogado criminalista Sergei Cobra Arbex lançou sua candidatura à presidência da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo com tom crítico à atual direção, capitaneada por Marcos da Costa. Para Arbex, a instituição “tem perdido de WO” todos os debates importantes da sociedade e que a entidade assumiu caráter de “subserviência e extrema reverência às autoridades”.

Em entrevista ao Diário, Sergei Cobra Arbex contestou bastante a gestão de Marcos da Costa, apontando omissão da administração em temas sensíveis à advocacia: revisão do Código Penal, diminuição do convênio de assistência judiciária com a OAB, instituição do processo digital em detrimento do andamento por papel e possibilidade de encerramento do exame nacional para conquista da carteira da OAB.

“A OAB se burocratizou demais. Se voltou para ela. Está escondida. Precisa retomar seu papel de protagonista, tem de ser ponta de lança da sociedade. E o que vemos é a OAB alheia às discussões”, declarou o advogado.

A eleição para a presidência da OAB acontece em novembro, provavelmente na última semana daquele mês – o calendário é instituído pela comissão eleitoral da Ordem, ainda a ser definido. Marcos da Costa foi eleito em 2012 e pode concorrer à reeleição.

“Acabar com o exame da Ordem, por exemplo, é absurdo. Não se pode abrir tantas faculdades de Direito, hoje são 1.100, sem conseguir oferecer o mínimo de qualidade. O Código Penal foi revisado sem que a OAB tivesse papel importante no debate. A OAB precisa se destravar para poder evoluir”, declarou Sergei Cobra Arbex.

O candidato defendeu também autonomia das subsecções municipais. Para Arbex, dirigentes locais têm receio de se posicionar porque a direção estadual da OAB insinua represália. “A subsecção não pode deixar de se posicionar porque a direção paulista ainda não falou. Do mesmo jeito que a estadual tem de ter autonomia com relação à nacional.”

REFORMA POLÍTICA
Sergei Cobra Arbex argumentou que, antes de se posicionar oficialmente sobre reforma política – incluindo mudanças no financiamento de campanha –, a OAB precisa se reciclar internamente. Entretanto, sinalizou positivamente pela instituição de cláusula de barreira, com critérios definidos, para redução no número de partidos políticos. Para o advogado, um dos fatores que pesam a favor da cláusula é o uso do fundo partidário, mantido com dinheiro público. 




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