No velório de Marco de Oliveira Carvalho, 27 anos, e Laura Alves Ribeiro, 51, a dor da perda entre os familiares somava-se à sensação de insegurança, pânico e impunidade.

Ainda bastante assustados com a tragédia, os familiares das vítimas temem que o policial militar Guilherme Vieira Correia volte a se vingar nas próximas horas contra outros parentes de sua ex-namorada Márcia de Carvalho, 21. “Se a polícia não agir, a tragédia pode ser maior”, observou D.A.R, 48, irmão de Laura.

Por causa de supostas ameaças de Corrreia, a família das vítimas pediu escolta policial no 1º DP de São Bernardo, na tarde de ontem, para pegar o Fiat Uno de Carvalho, ainda parado na porta da residência onde ocorreu o crime. “Tivemos de pedir apoio para a polícia porque temos medo que ele (Correia) volte lá e mate mais gente”, disse C.L.A, 20, irmão de Cláudia Rodrigues Costa Oliveira, mulher de Carvalho, que também foi vítima da tragédia. Ela foi atingida por um tiro na mandíbula e passa por cirurgia.

Por volta das 16h30, enquanto Carvalho era sepultado no cemitério Carminha, em São Bernardo, sua família ainda lamentava o estado de saúde de sua mãe, a aposentada Endercília Dias de Carvalho, atingida por cinco tiros. Ela permanecia internada até ontem à noite.

No mesmo cemitério, Laura, que era tia de Carvalho, foi sepultada sob aplausos e lágrimas de sua mãe Noeme Alves Feitosa, 88 anos, amparada pelos outros filhos. Todos diziam temer novos ataques do acusado.

Também atingida pelos disparos, com um tiro no ombro esquerdo, Lindaura Teles de Carvalho, avó de Marco e Márcia, já recebeu alta do hospital.