Economia Titulo Crise
Fornecer para Petrobras pode salvar unidade da Magneti
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
25/10/2011 | 07:19
Compartilhar notícia


Depois de cruzarem os braços durante sexta-feira e sábado, os 450 funcionários diretos e os 150 terceirizados da metalúrgica Magneti Marelli, em São Bernardo, voltaram ontem à fábrica que produz camisas de cilindro. O motivo da paralisação é que a multinacional italiana que produz componentes para veículos anunciou o fechamento da planta de São Bernardo para dezembro.

Para o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Carlos Alberto Gonçalvez, o Krica, uma salvação seria a empresa diversificar a linha de produtos e passar a fornecer para a Petrobras. "Agendaremos um encontro entre as empresas para verificar a possibilidade de a Magneti fabricar camisas de cilindro para revestir as brocas usadas na exploração de petróleo na camada pré-sal", pontua.

Além da Petrobras, outra alternativa seria fabricar o componente para algum fornecedor da estatal.

Procurada pela equipe do Diário, a Magneti preferiu não se manifestar sobre o assunto. Reuniões marcadas para os próximos dias buscarão alguma solução para que os 600 funcionários não fiquem desempregados.

Krica pondera que apenas um avanço abrupto da cotação do dólar, deixando o câmbio na casa dos R$ 2,80 aliviaria a situação, deixando as camisas de cilindro mais competitivas no mercado internacional. Um funcionário que pediu para não ser identificado diz que a empresa produz 460 mil mensais.

O sindicalista acrescenta que, neste momento, nem que a Prefeitura de São Bernardo concedesse isenção fiscal à fabricante a situação seria atenuada. Procurada, a secretaria não concedeu entrevista ao Diário.

Em reportagem do dia 22, o secretário de Coordenação Governamental Tarcísio Secoli afirmou que "o melhor caminho seria mudar a posição (da Magneti), mas ela não quer gastar em desenvolvimento de novos produtos".

Segundo ele, a empresa poderia usar sua instalação para virar fornecedor para a unidade de Betim (MG) da Fiat, mas a Magneti diz que esse não é o foco.

COTAÇÃO - Segundo a Magneti, a valorização do real frente ao dólar é o principal motivo para fechar as portas da unidade, visto que 80% dos itens produzidos no local são exportados. "Esse fato fez o negócio chegar a níveis insustentáveis", justifica a empresa em comunicado.

A Magneti está em 18 países e faturou 5,4 bilhões de euros no ano passado. A companhia tem nove unidades produtivas no País, sendo três no Grande ABC, a de São Bernardo (com fechamento marcado para dezembro), Santo André (produção de sistemas de suspensão) e Mauá (fabricação de amortecedores). A fabricante de componentes veiculares afirma que não pretende fechar mais unidades no País.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;