A programação do dia, porém, começa às 10h e engloba shows, concertos, exposições e espetáculo teatral, tudo com entrada franca. O evento é realizado pela Prefeitura de Santo André e tem apoio do Diário.

Piano e violão são a base do show da família Gismonti. Enquanto Alexandre assume as cordas, a irmã fará seu espetáculo no piano. E o pai, como sempre, mostrará sua habilidade nos dois instrumentos. “Faremos solos, duos e trios. O repertório tem coisas recentes e outras que ainda nem estão em disco”, afirmou Gismonti ao Diário.

“Coruja”, mas com um certo distanciamento, Gismonti faz questão de ressaltar que este não é um espetáculo no qual “os filhos acompanham o pai”. “Eles são músicos de fato”, disse. Talento, eles devem mostrar hoje ao executar arranjos próprios feitos para músicas do pai.

“As músicas que escolheram foram feitas há quase 20 anos e dedicadas a eles mesmos”, afirmou Gismonti. Alexandre, por exemplo, criou um violão solo para o sucesso Palhaço. Bianca fez suas releituras de Bianca, Fala da Paixão e Infância.

“As composições são antigas, mas esse fato as torna muito recentes, porque passam a ser de músicos com 19, 20 anos”, disse, orgulhoso, o pai que é conhecido por fazer música popular com requintes de repertório erudito.

Agora, Gismonti quer gravar um CD só com o trio familiar. Mas vai esperar até que Alexandre e Bianca se sintam preparados. É sempre assim: sem pressa. Funciona também com Gismonti, que tem contrato com a gravadora ECM e lança discos quando bem entende. Nessa toada, já lançou 54.

Neste ano, gravará mais um, com o conceituado violoncelista Yo-Yo Ma. Também se apresentará na Índia, ao lado de Harri Ja Chaorasia – autoridade máxima na música local, com 78 anos e mais de 300 discos gravados. Gismonti ainda tem pela frente trilhas para cinema e teatro, concertos e shows pela Europa.

O segredo de tanto sucesso? Simplicidade: “Nasci em uma cidade de 1,8 mil habitantes e eu queria mais era tocar na praça, ou no máximo ser o mestre da banda. O que veio depois, foi lucro. Quando alguém me pergunta o que achei do seu trabalho, devolvo a pergunta. Se o parâmetro não é você mesmo, a tendência é viver infeliz. É simples, é só deixar com que o prazer norteie sua vida”.

Também vale dizer que esta não é a primeira vez que Gismonti pisa em Paranapiacaba. “Estive na Vila quando ela era só uma cidade fantasma com névoa. Foi uma montoeira de tempo atrás, nem lembro! Mas hoje Paranapiacaba está muito bonita”, disse. Isso foi em 1977, quando veio acompanhar as filmagens de Parada 88, de José de Anchieta, para o qual compôs a trilha sonora.

Neste domigno, entre as principais atrações, estão a Banda Lyra de Santo André, às 10h (no Lira Serrano – r. Luis Olintho, s/nº), a Orquestra Oficina de Concerto de Jundiaí, às 10h (Igreja Bom Jesus de Paranapiacaba), e Voar Sobre as Águas, performance teatral com o grupo de circo Nosotros, às 16h (Parque das Águas – Núcleo Olho d’Água). Oito ateliês da Vila terão exposições e atrações musicais. Há ainda o Espaço Gastronômico, onde ocorre, às 12h, uma apresentação de chorinho.