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São Bernardo Eliminado na primeira fase do Paulistão, equipe fora montada para chegar à Série D
Do Diário do Grande ABC
O São Bernardo iniciou o Paulistão sob discurso de que lutaria pela classificação à Série D do Brasileiro. Para isso, investiu alto, realizou pré-temporada no Paraguai e trouxe jogadores com experiência nacional e internacional, mas encerrou na quarta-feira sua participação precocemente, eliminado na primeira fase, mas, ao menos, escapando de um rebaixamento à Série A-2 que em certos momentos parecia iminente.
Foram muitas as adversidades aurinegras. Excesso de lesões, o mal-estar criado pelo zagueiro Alex Silva – trazido para ser o grande jogador, mas que fora dispensado por conta dos problemas causados ao grupo – e a troca de treinador (Edson Boaro por Roberto Fonseca) foram os principais deles.
E o presidente Luiz Fernando Teixeira traçou um panorama do que aconteceu com o time. “O balanço que faço é de um campeonato muito irregular, em virtude de todos os problemas”, disse. “Passamos perto ou figuramos na zona de rebaixamento a competição quase toda”, emendou.
O dirigente ainda elogiou o elenco. “À exceção do Alex Silva, que não foi dispensado por enfrentar a torcida, mas pelo clima que estava criando no clube, cada um dos jogadores honrou a camisa, trabalhou seriamente e nunca tivemos problema com alguém que fez corpo mole e não quis ir para jogo. Tivemos homens, guerreiros. Infelizmente não atingimos o objetivo que queríamos por conta de um começo e meio ruins, mas o fim foi muito bom. Termos saído da zona de rebaixamento e alcançado o 12º lugar foi graças à guerra dos jogadores e ao nosso técnico, que soube comandar e tirar mais de cada um dos atletas”, encerrou.
EMPRÉSTIMOS
O presidente confirmou ontem o empréstimo do volante Marino para o Náutico, pelo qual disputará a Copa do Brasil e a Série B do Brasileiro. Quem também deverá ser cedido, mas ao Campinense, é o zagueiro João Francisco, que deverá participar da reta final do Campeonato Alagoano. “Estão chegando várias solicitações e vamos estudá-las”, explicou Teixeira.
Roberto Fonseca é prioridade do clube
O técnico Roberto Fonseca foi eleito pelo presidente Luiz Fernando Teixeira como uma dos principais peças responsáveis por salvar o São Bernardo do rebaixamento no Paulistão. Quando chegou, restando cinco rodadas, o comandante tinha a complicada missão de tirar o time da zona da degola. E, no fim das contas, conseguiu alcançá-la com êxito e até folga, o que lhe deixou em alta com o mandatário, que admite pretender mantê-lo no Tigre.
“Ao meu entender, é o melhor técnico que passou aqui ao longo destes seis anos que estou no futebol. Só não ficará se não quiser. Ele precisa chegar dentro das condições que o São Bernardo possa pagar”, afirmou Luiz Fernando, que relatou reunião em breve para definir tal situação.
Por sua vez, Fonseca destacou que pegou uma equipe com moral baixa, mas que soube reverter a situação. E também manifestou interesse em seguir no aurinegro.
“Quando cheguei, nos primeiros treinos, assustei. A falta de confiança dos atletas era muito grande. A bola estava queimando. Teve esse impacto, esse choque”, disse o treinador. “Tudo vai passar por esta reunião, não adianta ficar no campo das especulações. Claro que gostaria de ficar. Mas mesmo que não haja acerto por conta da dificuldade do segundo semestre, gostaria de participar da montagem e do trabalho do Paulistão para 2016”, concluiu.
Cañete leva cano do Tricolor e não recebe repasse salarial do Tigre
Contratado por empréstimo junto ao São Paulo para ser o maestro e um dos principais responsáveis por levar o São Bernardo às quartas de final do Paulista, o meia argentino Cañete vem passando por situação complicada, revelada pelo presidente Luiz Fernando Teixeira na noite de quarta-feira, após a vitória sobre o Marília. Segundo o dirigente, nem o repasse de 50% do salário que o Tigre faz ao Tricolor (de R$ 40 mil) ou a outra metade que deveria ser paga pelo clube da Capital têm chegado ao hermano.
O argentino chegou ao clube em fevereiro e desde então não recebeu salário. “Tenho pago o São Paulo Futebol Clube pelo empréstimo e não tem sido repassado ao atleta”, protestou Luiz Fernando.
Tímido, Cañete foi breve sobre o assunto. “É um tema que não gosto de falar. Tenho de fazer meu trabalho. Tenho contrato com o clube, sei o que está acontecendo, mas guardo para mim, é privado”, restringiu-se o camisa 10.
Um pouco mais à vontade, o argentino lamentou a eliminação precoce do Tigre, mas demonstrou chateação ainda maior por ter de voltar a treinar no centro de treinamento de Cotia com a base do São Paulo, clube com o qual tem contrato vigente até o fim da temporada. O camisa 10 foi além e ainda manifestou interesse em seguir no São Bernardo.
“Gosto muito do clube, aprendi a respeitar. Agora, não tenho nada, nem para onde ir. Tenho certeza de que vou voltar a treinar com a base do São Paulo em Cotia. Vou esperar, com certeza gostaria de ficar, deveríamos conversar e chegar a um acordo. Sou feliz aqui, minha família também."
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