Política Titulo Editorial
E a contrapartida?
Da Redação
09/04/2015 | 07:00
Compartilhar notícia
Aline Pietri/DGABC


É escandaloso o episódio que envolve a Prefeitura de Diadema e a Tecnisa, que se autointitula, em seu site na internet, “uma das maiores e mais inovadoras empresas do mercado imobiliário brasileiro”. Em 2011, as partes fizeram acordo que seria benéfico para ambas. A construtora obteria licença para erguer na cidade um de seus conjuntos residenciais caso oferecesse ao município obra de compensação viária, qual seja, travessa ligando as ruas Fábio Eduardo Ramos Esquível e Ulysses Guimarães.

Passados quatro anos, 1.600 unidades habitacionais construídas no bairro Piraporinha começam a ser entregues aos proprietários. Tudo dentro da normalidade, não fosse um curioso detalhe. A contrapartida que a construtora deveria ter executado não saiu do papel. A Tecnisa simplesmente ignorou o acordo, avalizado pela Câmara, como se ele não existisse.

Descoberta a maracutaia, equipe deste jornal questionou a administração Lauro Michels (PV) querendo saber por que o Paço não tomou nenhuma providência para cobrar o cumprimento do pacto. O verde se calou. Certamente não por desconhecer o trato, já que, na época da assinatura do convênio, ele era um dos vereadores da Câmara diademense que aprovaram a medida. Se seguir ignorando, pode ser questionado pelo Legislativo ou pelo Ministério Público, por prevaricação.

É dever do gestor municipal zelar pelo cumprimento dos acordos, mesmo os herdados. Ouvida, a construtora, por sua vez, transferiu a responsabilidade pela não execução da contrapartida ao Paço diademense. Argumentou que a obra viária não saiu do papel devido a algo que “depende exclusivamente de providências por parte da Prefeitura”, embora tenha se negado a dar detalhes do que se trata. Ou seja, optou pelo já manjado jogo de empurra, algo bastante comum entre aqueles que têm dificuldades para dar explicações. Como se vê, a Tecnisa não é tão “inovadora” assim.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;