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Simão só voltará para casa no Maranhão se conseguir levar cães

Morador de rua se recusa a viajar sem transportar dois cachorros que o acompanham há cerca de seis anos pelas ruas de Santo André

Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
01/04/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O morador de rua Simão Pinheiro da Costa, 43 anos, garante: só volta para casa em Buriti Bravo, no Maranhão, se conseguir transportar dois dos três cães que vivem com ele. Apesar de já ter apoio dos parentes para as despesas com a viagem, ele precisa de auxílio para arcar com os custos do transporte de Neguita e Negão, os vira-latas que o acompanham há cerca de seis anos. O outro cão que muitas vezes passa a noite com ele, chamado de Marrom, segundo Simão, não é seu, e ficaria em Santo André.

A expectativa dos familiares e do próprio Simão é que a solução para o problema seja conhecida até meados deste mês. “Não tem avião direto para Buriti Bravo. O mais provável é que eu vá até São Luís e, de lá, siga de ônibus para a minha cidade (distante 499 quilômetros da Capital)”, explica o morador de rua.

A principal dificuldade é em relação ao transporte dos dois cachorros, que pesam aproximadamente 25 quilos cada. Isso porque a legislação determina que os animais devem ser transportados em contêineres com tamanho suficiente para que possam efetuar o movimento de 360 graus em seu interior no caso das viagens aéreas. Além disso, há os custos extras com o seguro dos cães e peso, variando conforme a companhia aérea escolhida. Já no caso do trecho que precisará ser percorrido de ônibus, só está prevista autorização para animais com até dez quilos.

“Sem eles não viajo. Eles ficam o dia todo comigo. São da família e não posso deixá-los”, ressalta Simão. O morador de rua lembra ainda que não haveria dificuldade em relação a atestados sobre a saúde dos dois companheiros, tendo em vista a visita anual deles ao veterinário. “Tem uma moça que me ajuda com ração, paga as vacinas todo ano e banho uma vez por semana”, destaca.

Simão passa as noites embaixo da proteção de uma doceria na esquina entre as avenidas Itamarati e Antônio Cardoso, na Vila Curuçá, há três anos. Sua história foi contada em reportagem do Diário no início de março, o que fez com que o contato com a família, a 2.569 quilômetros de distância, fosse retomado após compartilhamento no Facebook.




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