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Irã ameaça rever colaboração com a AIEA
Da AFP
07/05/2006 | 15:10
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O governo do Irã reiterou neste domingo que não suspenderá o enriquecimento de urânio e voltou a ameaçar uma revisão da cooperação com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), até mesmo com saída do TNP (Tratado de Não Proliferação), caso a ONU aprove uma resolução contra as atividades nucleares de Teerã.

"A suspensão ou uma pausa (do enriquecimento de urânio) não está nos planos e o Conselho de Segurança não deveria fazer nada que o deixe em problemas depois", disse o porta-voz da diplomacia iraniana, Hamid Reza Assefi, durante sua entrevista coletiva semanal.

Assefi acrescentou que o país não aceitará nenhuma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que seja contrária a seus direitos de ter um programa nuclear. Além disso, afirmou que "qualquer ação do Conselho de Segurança terá uma influência negativa" sobre a cooperação com a AIEA.

O presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, ameaçou implicitamente abandonar o TNP, caso considere que o mesmo é utilizado por outros países para limitar o programa nuclear iraniano.

"Se a assinatura do tratado ameaça os direitos de uma nação, deixa de ter validade para esta nação", afirmou o presidente durante uma conferência dos comandantes da milícia islâmica dos Bassidjis.

O Irã já ignorou o primeiro pedido formal do Conselho de Segurança de suspender o enriquecimento de urânio até 28 de abril. Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China) tentam chegar a um acordo sobre os termos de uma segunda resolução, que exigirá o fim do enriquecimento ao Irã.

O principal órgão executivo da ONU, composto por 15 membros, se reunirá na segunda-feira para dar prosseguimento às negociações, antes de um jantar, consagrado à crise iraniana, que reunirá em Nova York os ministros das Relações Exteriores dos "cinco grandes", além da Alemanha.

Pequim e Moscou não aceitam o projeto de resolução elaborado por Londres e Paris, respaldado por Washington, que, apesar de não contemplar sanções contra o Irã, menciona o capítulo VII da Carta das Nações Unidas, que abre o caminho para esta possibilidade.

Assefi antecipou que o país não aceitará nenhuma resolução contra seus direitos e que, neste caso, a mesma será rejeitada e não poderá ser aplicada. "O envolvimento do Conselho de Segurança transformará a cooperação em confronto", disse.

O regime iraniano considera que os países ocidentais optaram pelo caminho da confrontação ao enviar o dossiê nuclear de Teerã, que estava na AIEA, ao Conselho de Segurança. "Se o papel das organizações internacionais é traduzir em palavras as ameaças dos países brutais, nós não precisamos delas", declarou Ahmadinejad.

A origem da crise é a suspeita dos Ocidente de que Teerã deseja produzir armas nucleares sob a fachada de um programa civil, uma acusação negada repetidamente pela república islâmica.




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