O coordenador regional do PPS, deputado estadual Alex Manente, lança objetivo ousado para as eleições de 2012 no Grande ABC: ser o segundo maior partido no conjunto das sete cidades - perdendo apenas para o PT, que tentará reeleição em três cidades (São Bernardo, Diadema e Mauá) e disputará outras duas com chances de vitória (Santo André e Ribeirão Pires). Para atingir a meta, a legenda afirma que tem projeto próprio, diferente dos gigantes PT e PSDB.

Atualmente, são seis vereadores popular-socialistas na região. A intenção é eleger de 15 a 20 no ano que vem, segundo Alex. "E lançaremos candidato a prefeito em três municípios com potencial para vitória (São Bernardo, Mauá e Ribeirão Pires). Lutaremos para ser a segunda força do Grande ABC."

Hoje o maior partido da região é o PT, com três prefeituras. O PTB vem logo atrás, com dois Paços (Santo André e São Caetano) e quatro vices-prefeitos (Santo André, São Bernardo, São Caetano e Rio Grande da Serra).

A cidade em que há mais problemas para o PPS é Santo André. Edson Sardano era nome certo para encabeçar chapa majoritária pelo partido, mas foi cooptado pelo prefeito Aidan Ravin e ingressou nos quadros petebistas.

2008 E 2012

Na eleição de 2008, o PPS esteve ao lado do PT em cinco cidades: São Caetano, Diadema e Rio Grande da Serra no primeiro turno e Santo André e São Bernardo a partir da segunda etapa eleitoral. Mas não será essa a realidade em 2012. Alex Manente garante parceria com petistas somente em Diadema.

A decisão leva em consideração dois fatores. O primeiro por causa da falta de espaço nas administrações do PT em que ajudou a conquistar. "E não é relacionado a cargo, pois em Diadema não temos secretaria e somos aliados. Lá, opinamos e participamos dos debates. Isso não ocorre em outros municípios", avalia Alex Manente.

O segundo motivo é a resolução nacional do PT em rejeitar coligação com PPS, DEM e PSDB. "Nos sentimos ofendidos quando o PT diz claramente que tem veto ao nosso partido. Isso muda o rumo. É uma ofensa. É emblemático ao dizer: ‘Somos inimigos deles'."

O distanciamento do PT não significa aproximação com os tucanos, segundo o deputado estadual. "Também não podemos ter a pecha de ser ligado ao PSDB. Temos independência. Quem coloca essa condição é o PT. Mas não nascemos juntos", conclui o popular-socialista.

Alex descarta ser vice de tucano

Ao comentar o cenário eleitoral em São Bernardo, seu reduto, Alex Manente faz uma análise polêmica. Segundo o coordenador regional do PPS, uma possível parceria entre seu partido e o PSDB só ocorrerá se o PPS estiver na cabeça da chapa. Ser vice dos tucanos está descartado.

 "O PPS tem o seu projeto, hoje é o partido, fora o PT, que tem a melhor concentração de bons quadros, melhor organização e participação na sociedade. Naturalmente tem seu modelo para o que é melhor para São Bernardo. Futuramente, se o PSDB quiser aderir a esse modelo, nós discutiremos. Mas o PPS não aderirá ao projeto do PSDB", afirma, categórico.

Indagado se a declaração poderia ser vista de maneira negativa no ninho tucano, diz não acreditar. "Não é para agredir. Hoje o PSDB tem seus pré-candidatos colocados. O nosso projeto hoje não diz respeito a eles. Não espanto o PSDB falando isso, mas nos manteremos firmes nesse sentido."

Para Alex, o partido é o único da cidade a fazer frente com petistas e tucanos, além de ter característica de alternativas a essas duas frentes. "Temos condição de fugir dessa bipolarização. Em 2010, o município elegeu dois deputados do PSDB (William Dib federal e Orlando Morando estadual) e dois do PT (Vicentinho federal e Ana do Carmo estadual). Só o PPS (com sua reeleição à Assembleia Legislativa) conseguiu se destacar dessa configuração. Criamos essa alternativa e acredito que é um modelo que a população confia. Por isso temos que seguir e ampliar nossas bases."

O popular-socialista frisa que tem "um bom time e um grupo político forte formado" para desempenhar um bom papel no pleito municipal do ano que vem e fazer frente à candidatura de reeleição de Luiz Marinho (PT).