Os paleontólogos espanhóis, cujo estudo foi publicado nesta quinta-feira pela revista britânica Nature, fizeram esta descoberta examinando os restos da pélvis de um homem pré-histórico que viveu há 300 mil anos na regiao de Atapuerca (Norte da Espanha), um dos principais sítios arqueológicos da Espanha.

Esta pélvis, que os cientistas denominaram de "Elvis" - por sua facilidade de contornar-se como fazia o "rei" do rock, Elvis Presley -, é "a mais completa encontrada até hoje", informou Juan Luis Arsuaga, co-diretor das escavaçoes.

Graças a esta pélvis em perfeito estado de conservaçao, os paleontólogos puderam deduzir que seu "proprietário" era um indivíduo do sexo masculino, morto aos 35 anos, com uma estatura entre 1m73cm e 1m80cm e um peso próximo dos 100 kg. Os numerosos ossos encontrados nas proximidades, pertencentes a uns trinta homens da época pré-Neandertal, mostram que essas dimensoes eram normais para a época.

Esses indivíduos eram os antepassados dos homens de Neandertal, cuja raça se extinguiu há 30 mil anos depois de ter "convivido" durante cerca de dez mil anos com o "homo sapiens", considerado nosso antepassado. Segundo Arsuaga, esta descoberta mostra que os homens de Neandertal eram muito mais robustos do que se acredita até agora e muito mais fortes fisicamente do que o "homo sapiens" ou o homem atual.

O desaparecimento dos homens de Neandertal nao se explicaria entao por sua debilidade física e sim por sua organizaçao social, menos eficaz do que a do homo sapiens, assinalaram os cientistas. "Os homens de Neandertal apostavam na força do indivíduo", enquanto os homens modernos conseguiram sobreviver apostando na "força do grupo", embora tenham perdido "um terço de suas capacidades físicas", explicou Arsuaga.