O avanço do setor de panificação no Estado de São Paulo empolga os fornecedores da cadeia instalados no Grande ABC, que fecharam dezenas de contratos com empresários durante a 17ª edição da Fipan (Feira Internacional de Panificação, Confeitaria e do Varejo Independente de Alimentos), encerrada ontem em São Paulo. A projeção da organização é que o volume de negócios alcance marca de R$ 650 milhões neste ano.
Especializada na fabricação de cozinhas industriais, a são-bernardense Elvi participa do evento pela quarta vez, sendo que neste ano conquistou 12 clientes e prospectou outros 30. Segundo o diretor comercial, Cristiano Sola, o volume de negócios cresceu 18%.
No mercado há 50 anos, a companhia atende principalmente padarias e restaurantes. Além da Fipan, o executivo cita que a norma regulamentadora número 12, da Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho do Ministério do Trabalho que exige das empresas troca de maquinário por novos com dispositivos de segurança deverá aquecer as vendas em até 12% neste ano.
Entre as novidades apresentadas pela Elvi na edição 2010 da feira estavam vitrines com LED (diodo emissor de luz, na sigla em inglês), gás ecológico e forno multiuso à vapor de água. A empresa concluiu recentemente a construção da fábrica em São Bernardo que demandou aproximado de R$ 15 milhões.
Ainda no setor de maquinário, a andreense Arpifrio Máquinas para Sorvete, fundada por imigrantes italianos, também apostou em novidades para conseguir novos contratos. Equipamentos para frozen yogurt e açaí já representam cerca de 30% das vendas.
"Fechamos mais de dez negócios durante a feira. Tem muito empreendedor buscando novas oportunidades e comerciantes interessados em máquinas para agregar valor ao estabelecimento", diz o gerente de negócio César Augusto Cucolicchio.
A feira da panificação aconteceu entre dos dias 20 e 23 atraindo mais de 57 mil visitantes vindos de 40 países. O presidente do presidente do Sindipan (Sindicato das Indústrias de Panificação de São Paulo), Antero José Pereira, diz que o evento superou todas as expectativas, tanto que a previsão de negócios ultrapassou 18%.
Tecnologia - A necessidade de informatização das padarias, que estão cada vez mais sofisticadas é o alvo da Datamaxi, de São Bernardo, que acumula mais de 600 clientes do varejo alimentício no portfólio. A empresa desenvolve soluções em automação comercial como controle de estoque, compras e finanças.
De acordo com o diretor técnico administrativo, Clayton de Medeiros Carvalho, tabelas de preço digital multimídia, controle de acesso com sensor na comanda são algumas das soluções que estão sendo implementadas pelos estabelecimentos.
"Identificamos boas oportunidades durante a Fipan. Não fechamos negócios porque o serviço tem valor relativamente alto, necessitando estudo mais detalhado de cada caso", afirma Carvalho.
O executivo comenta que um dos primeiros clientes da Datamaxi foi a Padaria Brasileira, de Santo André. Entre outros regionais estão a Padaria Vitória Régia, Kennedy e Bella Vitória.
Estabelecimentos da região movimentam R$ 150 milhões
Com as vendas nos estabelecimentos do Grande ABC fermentando, o setor de padarias prevê atingir crescimento de até 10% neste ano frente à cifra de R$ 150 milhões registrada em 2009, estima o presidente do Sipan (Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Santo André), Antonio Carlos Henriques.
Pesquisa recente da entidade aponta que as cerca de 1.000 padarias da região são responsáveis por 16 mil empregos diretos. "Hoje nossa meta é qualificar os trabalhadores para que eles acompanhem a evolução vivida no setor", diz Henriques.
Diante da tendência das lojas avançarem na alimentação fora do lar é preciso que os profissionais dominem ferramentas como a informática. O Sipan remodela agora a escola de panificação para oferecer cursos nas áreas de cozinha, pizzaria, barista, chapeiro e saladeiro.
No País, o setor movimenta R$ 44 bilhões e 700 mil funcionários diretos. São Paulo, que detém maior fatia, responde por 30% desse faturamento.
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