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López Obrador e Felipe Calderón esquentam disputa no México
Da AFP
30/06/2006 | 17:32
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O candidato da esquerda à Presidência mexicana, Andrés Manuel López Obrador, é um político formado no antigo regime do PRI (Partido Revolucionário Institucional), ao qual renunciou e que agora está disposto a reinventar, sem se importar que o chamem de populista.

Aquele que foi prefeito de Cidade do México entre 2000 e 2005 é adorado pelas classes menos favorecidas da capital, principalmente pelos idosos, e ao longo de cinco meses de campanha foi o candidato que mais simpatizantes mobilizou nos comícios.

Trabalhador incansável e fã de beisebol, até os críticos que classificam López Obrador de "um perigo para o México" reconhecem sua capacidade de enfrentar obstáculos.

Nascido em 1953, na cidade de Tepetitán (Tabasco, sureste), López Obrador ganhou experiência nas assembléias locais do PRI, que dominava o México durante sua juventude. Em seu único encontro com correspondentes quando era prefeito, manifestou-se partidário do modelo econômico chinês.

"Para mim, a melhor política externa é a boa política interna", afirmou, no encerramento de sua campanha. Foi presidente do PRI em Tabasco no ano de 1983, mas cinco anos depois transferiu-se para o PRD (Partido da Revolução Democrática), criado pelo grande dissidente e fundador real da esquerda mexicana, Cuauhtémoc Cárdenas.

Calderón, o candidato da mudança dentro da continuidade

Felipe Calderón, de 43 anos, é o candidato mais jovem da disputa presidencial mexicana, e gosta de se apresentar como "o filho rebelde" ao eleitorado, apesar de sua formação ser católica e tradicional, fruto do PAN (Partido Governista da Ação Nacional).

Há um ano, seu nome era pouco conhecido entre os eleitores, e em cinco meses ele conseguiu se igualar ao até então grande favorito para vencer as eleições de 2 de julho, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador.

Calderón estava mais de 10 pontos atrás de López Obrador em março, quando reconheceu publicamente que sua campanha não estava funcionando e precisava de mudanças. Ele levantou o tom, e os ataques contra o rival tornaram-se mais diretos. Calderón não hesitou em se cercar de conselheiros como Antonio Solá, ligado ao ex-presidente espanhol conservador José María Aznar.

Calderón mantém distância dos membros mais conservadores de seu partido, consciente de que, diante do eleitorado mexicano, deve se mostrar mais conciliador. A desigualdade e a impaciência das classes populares após anos de austeridade econômica são as duas tarefas pendentes de solução do governo de Vicente Fox, do qual Calderón fez parte durante nove meses, até maio de 2004, quando teve que pedir demissão por ter antecipado em público seu desejo de se tornar candidato.

O filho rebelde gosta de se chamar Calderón, título de sua autobiografia, publicada recentemente, e de um romance mexicano com ares trágicos, o seu preferido.

Calderón se opõe publicamente ao casamento entre homossexuais e ao aborto, embora não tenha explicado claramente como lidará com esses temas se chegar ao poder. Casado com Margarita Zavala, deputada do PAN, ele tem três filhos.



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