A forte chuva que atingiu a região na madrugada de domingo alagou a avenida Guido Aliberti, em São Caetano. Às 6h, a Defesa Civil do município teve de interditar um trecho da via, entre a avenida Almirante Delamari, na divisa com a capital, e a rua São Paulo, e desviar o trânsito. A inundação da Guido Aliberti, principal ponto de enchente na cidade, ocorreu mesmo após a conclusão do piscinão às margens do ribeirão dos Meninos, em setembro deste ano, obra realizada por meio de parceria entre Prefeitura e governo do Estado.
O presidente da Defesa Civil de São Caetano, Dorival Fernandes, disse que o alagamento ocorreu porque choveu muito e em pouco tempo: “O piscinão ficou cheio e não houve tempo para a água escoar.” O reservatório de São Caetano funciona diferente em relação aos demais construídos no Grande ABC. Não necessita de bombas para escoar a água, que volta ao leito do córrego quando a chuva acaba.
Segundo Fernandes, não choveu tanto em São Caetano, mas a grande precipitação em São Bernardo ajudou a encher o córrego que alagou a Guido Aliberti. Segundo dados do Corpo de Bombeiros, choveu 39 milímetros até as 7h de domingo em São Caetano. Já São Bernardo registrou o maior índice pluviométrico da região: 68,1 milímetros na Vila do Tanque e 63,1 no Jardim do Mar. O número é significativo, já que a média de chuva para todo o mês de dezembro, em São Paulo, é de 189 milímetros.
A meteorologista Ana Beatriz Porto, do 7º Distrito de Meteorologia, disse que a chuva torrencial foi provocada pela chegada de uma frente fria que encontrou altas temperaturas e umidade do ar elevada. A máxima registrada no sábado foi 29,3 graus.
Ela explica que esse tipo de chuva – grande quantidade em um curto período – é comum entre os meses de dezembro e fevereiro. Nesta segunda, uma outra frente fria que chega ao Estado deve trazer mais chuva para a região. O tempo continuará instável, segundo a meteorologista, até a próxima quarta-feira (dia 21), melhorando na quinta-feira. Para o Natal, ainda não há previsão de como ficará o tempo.
Para o governador Geraldo Alckmin, que esteve na região na manhã de domingo, o piscinão de São Caetano ajudou a não provocar problemas mais graves na cidade, como a inundação de casas e comércios. Essa também é a opinião da dona-de-casa Vera Lúcia Nascimento, 40 anos, que mora na avenida Guido Aliberti. Segundo ela, depois que o piscinão foi construído o problema com enchentes foi amenizado. “Na madrugada de domingo, quando a chuva estava forte, acordei meu marido porque achei que fosse inundar tudo de novo, mas dessa vez a água só chegou até a garagem”, afirma.
Moradora da rua Fernão Dias, no Jardim São Caetano, há cinco anos, a dona-de-casa Zilda Rocha, 51 anos, conta que já teve sua casa inundada com bem menos chuva. “Várias vezes encheu mais de 1 m, mas domingo não. A água ficou só na rua mesmo. Acredito que isso é resultado do piscinão.”
O presidente da Defesa Civil, Dorival Fernandes, afirma que outro benefício do piscinão foi o rápido escoamento da água. “Fechamos a avenida às 6h, quando a água chegou a 30 cm. Às 7h30 a água já tinha baixado. Aí começamos a limpeza e em meia hora a avenida estava liberada. Como foi domingo, quando as pessoas acordaram e saíram de casa não havia mais problemas.”
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.