Os craques de ouro – melhores jogadores do Campeonato Brasileiro – carimbaram a faixa do Corinthians ao aplicar 1 a 0 no tetracampeão nacional, domingo à tarde, no Morumbi. Os dois lados pegaram de surpresa aqueles que imaginavam um joguinho de brincadeira e descompromissado. Na prática, porém, estava suficientemente claro que ninguém queria perder. Os torcedores viam um duelo bem equilibrado e cheio de alternativas ofensivas. Sem as habituais preocupações táticas, ficava mais fácil rolar a bola.

A seleção do temporada mantinha o ritmo e, aos 21, chegou às redes. Depois de uma jogada combinada entre Michel Bastos e Petkovic, a sobra encontrou o atacante Fernandão, que ajeitou o cruzamento e só teve o trabalho de conferir no cantinho: 1 a 0. Era o que faltava para o Corinthians despertar e aumentar a velocidade na troca de passes. Aos 31, Fernandão, de novo, tinha tudo para ampliar, mas vacilou na frente de Fábio Costa. Aos 34, Nilmar poderia igualar o placar, mas também falhou no último toque. Aos 40, o chute de Carlos Alberto raspou na trave. Na seqüência, Petkovic, sozinho, esperou Fábio Costa, mas bateu para fora, à direita, rente à trave. Em campo, o panorama geral parecia definido na fase inicial. Havia equilíbrio tanto nas virtudes quanto nos defeitos.

Na etapa complementar, Lopes e Muricy mexeram demais. Apesar disso, as duas equipes aumentaram ainda mais a rotatividade, as inversões, o confronto direto. O Corinthians impunha uma razoável superioridade. Ao embalo dos garotos Elton e Dinélson na frente – o alvinegro criou diversas chances que poderiam levá-lo à igualdade.

O ala Coelho explorava seguidamente os espaços da direita. Aos 43, a Fiel quase desengasgou o grito de gol, mas o assistente flagrou Carlos Alberto impedido. Antônio Lopes, irritado, reclamou como nunca, mas precisou amargar outra derrota, como aconteceu no estádio Serra Dourada, em Goiânia, nos 3 a 2 favoráveis ao Goiás na recente finalíssima do Brasileiro. Nem isso baixou o astral da alegre Fiel, que voltou a aplaudir os tetracampeões do circuito.   Antônio Lopes escalou Fábio Costa (Marcelo, depois Júlio César); Eduardo Ratinho (Edson), Marinho (Marcus Vinicius), Wendel e Gustavo Nery (Coelho); Marcelo Mattos, Bruno Octávio (Fábio Ferreira), Carlos Alberto (William) e Dinélson (Nilton); Elto e Nilmar (Bobô). Na seleção do campeonato, Muricy Ramalho utilizou Harlei (Kléber); Gabriel, André Dias, André Leone e Michel Bastos; Marcinho Guerreiro, Tinga, Rodrigo Tabata (Alex Dias) e Petkovic; Fernandão (Robgol) e Rafael Sóbis (Ronaldo Angelim). Na arbitragem, Wagner Tardelli (depois, Leonardo Gaciba).