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FHC: negociaçoes com mercado europeu nao serao fáceis
Do Diário do Grande ABC
28/06/1999 | 16:31
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O acesso dos produtos agrícolas ao mercado europeu e a liberalizaçao do setor de serviços no caso do Mercosul serao os aspectos mais difíceis das negociaçoes comerciais entre os dois blocos, disse nesta segunda-feira o presidente Fernando Henrique Cardoso.

``Temos que ter acesso aos mercados europeus como eles (os europeus) têm direito a ter acesso aos nossos, ainda nos setores mais sensíveis como o de serviços', assinalou FHC ao falar do acordo obtido entre os quatro países do Mercosul, Chile e UE.

``Temos que continuar garantindo que podemos prosseguir exportando avioes como estamos fazendo e também matérias-primas, e que a Europa tenha acesso ao mercado de capital bancário pelo qual está particularmente interessada', indicou o presidente. Mas, ``atrás de tudo está a questao agrícola, que nao deve se evitar e todo mundo mencionou', acrescentou.

A importância para os sócios do Mercosul do processo de desarmamento tarifário europeu nesta questao se baseia no fato de que ``terá um impacto imediato no melhor rendimento de nossos produtores, grandes e pequenos', disse FHC.

Os chefes de Estado e de governo do Mercosul, Chile e UE chegaram nesta segunda-feira a um acordo ``com o objetivo de uma liberalizaçao bilateral, gradual e recíproca do comércio, sem a exclusao de nenhum setor e segundo as regras da OMC', conforme um Comunicado Conjunto.

O texto foi aprovado em uma ``minicúpula', que os dirigentes do Mercosul e da Uniao Européia realizaram antes do início, nesta segunda-feira, da primeira cimeira entre chefes de Estado e Governo da UE, América Latina e Caribe.

O chanceler alemao, Gerhard Schroeder, que co-presidiu a reuniao dos dois blocos comerciais, manifestou sua convicçao de que Mercosul e Chile vao prosseguir exercendo uma forte atraçao para os investimentos industriais europeus.

``Brasil é um mercado que nos interessa particularmente por seu tamanho', notou Schroeder. Mas de forma geral afirmou que devem existir ``condiçoes macroeconômicas que garantam o funcionamento dos mercados' para dar confiança aos investidores.

FHC nao deixou passar a ocasiao para dizer que o Brasil conseguiu ``estancar o impacto' das turbulências geradas pela desvalorizaçao do real, janeiro passado, e evitar ``um efeito dominó' que poderia afetar outros países da regiao.

Finalmente, tanto FHC como Schroeder esperam que continuem os fluxos investidores europeus e que a ``Volkswagen chegue a vender mais automóveis no Brasil do que na Alemanha, como faz a Fiat'.

``Nao se pode temer que os investimentos fujam. Isso nao tem lógica diante da atraçao que têm estes mercados', disse o chanceler alemao.




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