O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), apresentou na quarta-feira ao presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Jerson Kelman, detalhes da PPP (Parceria Público-Privada) da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá). E saiu otimista do encontro, dizendo que Kelman “demonstrou melhor predisposição ao projeto” do que a antiga gestora da autarquia Dilma Pena.

A PPP foi alternativa proposta por Donisete para que empresa privada possa investir na substituição da rede de água da cidade, que começou a ser instalada nos anos 1970. A perda atual por vazamentos é de 41% do líquido adquirido da própria Sabesp. Pela proposta, a vencedora precisaria aportar R$ 153 milhões ao longo dos 30 anos de concessão para cumprir plano de modernização hídrica de Mauá.

“Senti do presidente Jerson Kelman bons olhos para a PPP. Ele entendeu a necessidade da cidade, sabe que precisamos de plano com ajuda privada. A recepção foi muito melhor do que a dada pela Dilma”, relatou Donisete.

O processo de escolha de empresa privada está travado desde que o TCE (Tribunal de Contas do Estado) acatou representação contra o edital. O principal questionamento foi feito justamente pela própria Sabesp. Na visão da autarquia estadual, a PPP vai tirar o fluxo de caixa da Sama e impedir que Mauá honre com o pagamento de dívida na ordem de R$ 2 bilhões – valor referente à diferença da quantia paga pela cidade e cobrada pela Sabesp do metro cúbico de água e do rompimento de contrato para fornecimento e gestão do produto na cidade.

O projeto exposto no edital da concorrência pela PPP da Sama foi desenhado pela Odebrecht Ambiental, que hoje detém concessão dos serviços de esgoto no município. Treze companhias já manifestaram interesse pela parceria.