Política Titulo Editorial
Péssimo exemplo
Da Redação
12/03/2015 | 07:00
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Aline Pietri/DGABC


O exemplo deve vir de cima, conforme prega o ditado popular, mas não é o que acontece em São Bernardo justo quando o Brasil enfrenta a pior seca das últimas oito décadas. Na contramão dos esforços da população paulista, a valente são-bernardense incluída, a Prefeitura da cidade elevou em 10,1% o consumo de água em sua sede entre fevereiro e março e foi multada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Tudo isso na casa de Luiz Marinho (PT), prefeito que é um dos maiores críticos do modo como o governo do Estado lida com a crise hídrica.

É evidente que o petista tem todo o direito de expressar sua opinião contrária às medidas estaduais de combate à escassez de água em São Paulo, mas perde boa parte da razão e da legitimidade ao permitir descontrole no consumo bem debaixo de seus olhos. Segundo cópias de contas obtidas pelo Diário, a despesa no Paço passou de 705 metros cúbicos, em fevereiro, para 774 no mês seguinte.

Enquanto a Prefeitura comandada por Marinho esbanja, o consumidor comum se esforça para colaborar com o Estado na tarefa de evitar o tão temido racionamento. De acordo com a Sabesp, entre março de 2014 e janeiro deste ano foram economizados 100 bilhões de litros de água, volume que representa mais da metade da capacidade total da Represa Guarapiranga.

Marinho, evidentemente, não vai arcar com o preço da irresponsabilidade. A multa será quitada com dinheiro público, arrecadado com impostos da população. Isso, evidentemente, se o débito for realmente pago. É que informações obtidas com exclusividade pelo jornal dão conta de que a administração petista deve aproximadamente R$ 100 milhões à empresa estatal de saneamento básico por causa de boletos não quitados. Como se vê, a irresponsabilidade do governo são-bernardense não atinge apenas a comida, com o corte de metade da merenda aos estudantes, mas também a bebida.




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