A secretária de Educação de São Bernardo, Cleuza Repulho (PT), vai comparecer à Câmara para explicar o corte na merenda apenas no dia 18, com condição já estipulada: o prefeito Luiz Marinho (PT) vai ditar as regras da sabatina.

O chefe do Executivo se encontrou com alguns líderes da bancada de sustentação e determinou que Cleuza tenha tempo de pelo menos 30 minutos, sem interrupção, para que possa explicitar os motivos pelos quais o governo decidiu reduzir a alimentação oferecida nas escolas municipais.
Aos alunos do período matutino, foi retirado do cardápio o café da manhã. No vespertino, o almoço não é mais servido. Com a decisão, apenas lanches intermediários são oferecidos aos 80 mil estudantes, em 200 escolas da rede pública.

A ideia dos vereadores é fazer sabatina, com tempo inicial para Cleuza, e espaço para questionamentos dos parlamentares. Há possibilidade de réplica das respostas que eventualmente a secretária dê em algumas perguntas. Ainda não há consenso sobre considerações finais do encontro.
Marinho já defendeu, junto ao Ministério Público, o plano adotado, dizendo que o planejamento é de combate à obesidade e ao desperdício de alimentos nos colégios. A promotoria investiga o caso e, na semana passada, acatou pedido do governo petista em ampliar o prazo de resposta de questionamentos realizados no mês passado.

O presidente da Câmara de São Bernardo, José Luiz Ferrarezi (PT), afirmou que Cleuza deve ir mesmo à Casa somente dia 18. “Há uns 15 dias, pedi ao prefeito que me informasse com um pouco de antecedência em relação à sessão que ela fosse comparecer e depois disso não falei mais (com Marinho sobre o assunto). Ela não irá amanhã (hoje), porque não houve qualquer notificação por parte do Executivo”, comentou o petista. O objetivo é reforçar a segurança quando a titular de Educação for ao Legislativo.

A convocação de Cleuza foi aprovada na sessão do dia 11 de fevereiro, em requerimento de autoria da bancada de sustentação de Marinho na Casa. Vereadores governistas se viram acuados após o Diário revelar o corte na merenda fornecida e por cobrança de populares nas ruas. Muitos relataram que não ficaram sabendo da metodologia alimentar implementada pela Secretaria de Educação e que queriam ouvir de Cleuza os argumentos para redução da comida oferecida aos alunos.