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Agência de Desenvolvimento irá contratar estudo para que região se torne polo da indústria de defesa

Objetivo é atrair investimentos e capacitar mão de obra especializada

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
03/03/2015 | 07:07
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A Agência de Desenvolvimento Econômico e o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC pretendem encomendar, nos próximos meses, estudo para tornar a região polo de referência para a indústria de defesa. O objetivo é atrair empresas do segmento e preparar mão de obra qualificada para o mercado. A previsão é finalizar o mapeamento do setor ainda neste ano.

O Grande ABC possui hoje 28 fábricas ligadas ao ramo de defesa, sendo 12 em São Bernardo, cinco em Santo André, cinco em Diadema, três em Mauá, duas em São Caetano e uma em Ribeirão Pires. A região de São José dos Campos, principal referência nesse segmento no País, tem 79, o equivalente a 22% do total de todo o Estado.

O secretário executivo da Agência de Desenvolvimento, Giovanni Rocco, garante que o objetivo não é fazer concorrência ao polo de São José, mas realizar um “trabalho colaborativo”. “A ideia é criar uma grande rede e não fazer a mesma coisa que eles estão fazendo”, acrescenta.

O prefeito de Rio Grande da Serra e presidente do Consórcio, Gabriel Maranhão (PSDB), considera que o estudo é pioneiro no Brasil, mas informa que não há definição de cronograma para execução das ações propostas. O único consenso é que o projeto será para médio e longo prazos. Também não há estimativa de gastos com o diagnóstico, nem sobre o potencial para geração de emprego e renda.

Maranhão salienta que outra finalidade é fazer com que a indústria da região desenvolva projetos, e não apenas execute trabalho de montagem, como ocorrerá com partes do caça Gripen NG, da multinacional sueca Saab e que serão fabricadas em São Bernardo a partir de 2017. Para isso, Rocco garante que o setor acadêmico será envolvido nas discussões, em especial a UFABC (Universidade Federal do ABC).

Outros setores econômicos da região também serão beneficiados com a criação do polo, garante o secretário executivo da Agência. “A ideia é pegar o transbordamento dessa tecnologia e levar para outras cadeias, como as das indústria química e automobilística. Muitas tecnologias de telefonia móvel, como o 3G, o 4G e o bluetooth, surgiram da indústria de defesa”, diz Rocco.

Experiências internacionais serão avaliadas com intuito de otimizar os resultados no Brasil. “Na África do Sul, por exemplo, eles conseguiram utilizar somente 20% desse transbordamento. Temos que analisar como a gente pode melhorar isso e se organizar de maneira mais produtiva.”
 




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