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Condenado assessor de Vanessa por boca de urna
Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
05/08/2011 | 07:27
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Orlando Filho/DGABC


O juiz eleitoral Rafael Carvalho de Sá Roriz determinou detenção de um ano em regime aberto a Antonio Bertucci (PMDB), ex-secretário de Administração na gestão de Leonel Damo e atual assessor legislativo da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), por crime eleitoral cometido no pleito de 2008. Toninho Bertucci foi condenado por boca de urna praticada em campanha a vereador pelo PV há três anos.

Roriz acolheu denúncia do Ministério Público Eleitoral, que arrolou também Norberto Barbosa de Souza, ex-assistente técnico da Secretaria de Serviços Urbanos e que também trabalha para Vanessa no escritório que a peemedebista mantém em Mauá. Bertucci e Souza terão de prestar serviços à comunidade durante um ano e foram multados em cerca de R$ 20 mil e R$ 10 mil, respectivamente.

Os envolvidos poderão recorrer da sentença proferida no dia 29. A equipe do Diário procurou Vanessa, Bertucci e José Carlos Orosco Júnior, marido da parlamentar estadual e presidente do PMDB de Mauá. Nenhum deles atendeu os telefonemas. Souza não foi localizado.

Bertucci e Souza foram condenados com base na Lei Eleitoral, que veda distribuição de material de propaganda política ou aliciamento que possa influir na vontade do eleitor no dia do pleito. No dia cinco de outubro de 2008, data do primeiro turno da eleição municipal, Sérgio Campos de Almeida, contratado por Bertucci para campanha política, foi preso nos arredores de uma zona eleitoral suspeito de distribuir santinhos do então candidato a vereador e também do postulante à Prefeitura Francisco Carneiro, o Chiquinho do Zaíra (à época no PSB, hoje no PTdoB).

Em depoimento à Polícia Militar, Almeida confirmou que fora contratado por Bertucci e por Souza para trabalhar no dia da eleição. Disse também que recebeu R$ 40 pelo serviço e ressaltou que Souza era responsável pela admissão do pessoal que auxiliaria na candidatura do ex-secretário de Mauá. O esquema foi reiterado por outra testemunha. Almeida ainda revelou que se Bertucci conquistasse a cadeira no Legislativo, iria receber mais R$ 20 como recompensa. O assessor de Vanessa recebeu 1.892 votos e ficou como segundo suplente.

À Polícia Militar, Souza assumiu ser coordenador de campanha de Bertucci e responsável por todo serviço externo da candidatura. Comentou que os funcionários contratados trabalhavam apenas perante pagamento e não por simpatia a Bertucci. O ex-secretário afirmou ter participado das orientações e escolha dos líderes de equipe.

Na sentença, Roriz criticou a postura dos condenados. "As consequências do crime merecem relevo: o disparate de uma ilegalidade notória a quem busca o poder político desmoraliza ainda mais as instituições públicas, ao exibirem o malfeito como caminho para a conquista e a preservação do poder, o que é ainda mais sensível no âmbito das eleições municipais, em que a batalha é pelo núcleo de poder mais próximo dos cidadãos."




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