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Filarmônica de São Bernardo se apresenta no Ibirapuera
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
14/09/2002 | 19:16
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  A Orquestra Filarmônica de São Bernardo escreve neste domingo um importante capítulo de sua história. Pela primeira vez se apresentará no palco da Praça da Paz do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, por onde já passaram algumas das melhores orquestras do mundo. O concerto, que começa às 11h, com entrada franca, conta com a participação do Trio Quintessência.

“O pessoal da orquestra ficou muito contente, embora haja uma pressão grande, porque a gente não sabe o que pode acontecer. Nem sabemos se o tempo vai nos ajudar. Mas todos estão felizes porque vão tocar no mesmo palco por onde já passaram a Filarmônica de Nova York, a de Berlim e, mais recentemente, a de São Petersburgo e a Heildelberg”, afirma o regente titular Paulo Rydlewski.

Para agradar o público, que promete ser eclético, Rydlewski optou por um programa com algumas peças eruditas e uma boa parte de músicas populares. Para conquistar de cara a simpatia da platéia, a Filarmônica começará com a abertura Russlan e Ludmila, de Glinka (1804-1857). “É uma obra bem conhecida, e tem um andamento muito rápido”, diz o maestro.

Criado o impacto inicial, a orquestra dará seqüência à execução de outra bela peça, o Intermezzo Sinfônico da ópera Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni (1863-1945). E, por reivindicação do público que acompanha o trabalho do grupo, foi incluída a abertura de O Barbeiro de Sevilha, de Rossini (1792-1868). “No mês do aniversário de São Bernardo nós não tocamos e o pessoal reclamou”.

O repertório segue com a abertura de The Cowboys, de Williams; excertos de Porgy and Bess, de Gershwin; Por una Cabeza, de Carlos Gardel; Luiza, Tom Jobim; Apanhei-te Cavaquinho, Ernesto Nazareth; Assanhado, Jacob do Bandolim; Brasileirinho, de Waldir Azevedo, e Tico-tico no Fubá, de Zequinha de Abreu.

As músicas populares são praticamente as mesmas que a orquestra tem apresentado na cidade, junto com o Trio Quintessência. Só que com novos arranjos. Os de Tico-tico no Fubá, por exemplo, são assinados pelo maestro Cyro Pereira. “Ele é um dos maiores arranjadores do Brasil”, diz Rydlewski, satisfeito com o presente do colega.

A Filarmônica de São Bernardo e o Trio Quintessência têm algo em comum: ambos foram criados há dois anos e, apesar da pouca “idade”, fazem apresentações de grande responsabilidade. E como se não bastassem as coincidências, o violoncelista do trio, Júlio Cerezo Ortiz, é o spalla dos violoncelos da orquestra de Rydlewski.

A orquestra de São Bernardo já tocou para mais de 20 mil pessoas na cidade, fez concerto na Sala São Paulo e agora se apresenta no Parque do Ibirapuera. O Trio Quintessência fez um debut invejável: “Tocamos para embaixadores de mais de 20 países, em Brasília”, diz Ortiz. Também já se apresentou na Rússia e nos Estados Unidos.

A formação do Trio Quintessência é única e seus músicos são virtuosos. O violonista Alessandro Penezzi tem formação erudita e paixão por música flamenca – tanto que hoje fará um pot-pourri com canções do gênero. Aleh Ferreira é um bandolinista dos mais conceituados e já tocou com nomes como Altamiro Carrilho e Demônios da Garoa. O repertório que apresentam no Ibirapuera é uma prévia do seu primeiro CD, previsto para ser lançado ainda este mês.




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