“O pessoal da orquestra ficou muito contente, embora haja uma pressão grande, porque a gente não sabe o que pode acontecer. Nem sabemos se o tempo vai nos ajudar. Mas todos estão felizes porque vão tocar no mesmo palco por onde já passaram a Filarmônica de Nova York, a de Berlim e, mais recentemente, a de São Petersburgo e a Heildelberg”, afirma o regente titular Paulo Rydlewski.
Para agradar o público, que promete ser eclético, Rydlewski optou por um programa com algumas peças eruditas e uma boa parte de músicas populares. Para conquistar de cara a simpatia da platéia, a Filarmônica começará com a abertura Russlan e Ludmila, de Glinka (1804-1857). “É uma obra bem conhecida, e tem um andamento muito rápido”, diz o maestro.
Criado o impacto inicial, a orquestra dará seqüência à execução de outra bela peça, o Intermezzo Sinfônico da ópera Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni (1863-1945). E, por reivindicação do público que acompanha o trabalho do grupo, foi incluída a abertura de O Barbeiro de Sevilha, de Rossini (1792-1868). “No mês do aniversário de São Bernardo nós não tocamos e o pessoal reclamou”.
O repertório segue com a abertura de The Cowboys, de Williams; excertos de Porgy and Bess, de Gershwin; Por una Cabeza, de Carlos Gardel; Luiza, Tom Jobim; Apanhei-te Cavaquinho, Ernesto Nazareth; Assanhado, Jacob do Bandolim; Brasileirinho, de Waldir Azevedo, e Tico-tico no Fubá, de Zequinha de Abreu.
As músicas populares são praticamente as mesmas que a orquestra tem apresentado na cidade, junto com o Trio Quintessência. Só que com novos arranjos. Os de Tico-tico no Fubá, por exemplo, são assinados pelo maestro Cyro Pereira. “Ele é um dos maiores arranjadores do Brasil”, diz Rydlewski, satisfeito com o presente do colega.
A Filarmônica de São Bernardo e o Trio Quintessência têm algo em comum: ambos foram criados há dois anos e, apesar da pouca “idade”, fazem apresentações de grande responsabilidade. E como se não bastassem as coincidências, o violoncelista do trio, Júlio Cerezo Ortiz, é o spalla dos violoncelos da orquestra de Rydlewski.
A orquestra de São Bernardo já tocou para mais de 20 mil pessoas na cidade, fez concerto na Sala São Paulo e agora se apresenta no Parque do Ibirapuera. O Trio Quintessência fez um debut invejável: “Tocamos para embaixadores de mais de 20 países, em Brasília”, diz Ortiz. Também já se apresentou na Rússia e nos Estados Unidos.
A formação do Trio Quintessência é única e seus músicos são virtuosos. O violonista Alessandro Penezzi tem formação erudita e paixão por música flamenca – tanto que hoje fará um pot-pourri com canções do gênero. Aleh Ferreira é um bandolinista dos mais conceituados e já tocou com nomes como Altamiro Carrilho e Demônios da Garoa. O repertório que apresentam no Ibirapuera é uma prévia do seu primeiro CD, previsto para ser lançado ainda este mês.
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