O PT de Diadema vai iniciar na quarta-feira o projeto de resgate pelo comando do Paço, hoje chefiado pelo rival Lauro Michels (PV), na eleição de 2016. O encontro é tratado com grande expectativa por lideranças locais por ser o primeiro passo do processo. Embora não seja presença certa no ato, o nome do ex-prefeito José de Filippi Júnior, atual secretário de Saúde da Capital, é dado como concreto para encampar a empreitada.

Chefe do Executivo da cidade por três vezes, Filippi, a princípio, não tinha desejo em voltar a disputar pleito no município e objetivava por cargo em esfera federal ou manutenção na administração do prefeito Fernando Haddad (PT). Contudo, foi obrigado a rever posição após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestar no mês passado desejo em ver o pupilo no embate diademense.

Desde então, a militância trabalha com esse cenário para estruturar a legenda na cidade para a chegada de Filippi, que venceu às eleições de 1992, 2000 e 2004.

Como pauta fechada, os petistas vão levar para o encontro a proposta de chapa pura. A prática abandona por completo projeto adotado em 2008, quando venceu a disputa pelo Paço com Mário Reali, mas que acabou derrotado em 2012 por Lauro, em virada surpreendente no segundo turno. Em ambas as situações, o vice foi o ex-prefeito Gilson Menezes (à época no PSC e hoje no PSB). O modelo de abertura sempre foi contestado por lideranças petistas.

Entre os possíveis nomes para preencher a vaga, estão os vereadores José Antônio da Silva, o Zé Antônio, Josa Queiroz e Manoel Eduardo Marinho, o Maninho. Também concorrendo à nomeação está a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki, que durante as gestões de Filippi (entre 2001 e 2008) exerceu chefia na Pasta de Defesa Social. Miki ganhou notoriedade por liderar projeto da Lei Seca, que restringiu funcionamento dos bares na cidade, conseguindo reduzir índices de criminalidade. A propagação dos números foi a plataforma que garantiu a Filippi oito anos de gestão à frente da Prefeitura.

PANORAMA
A ‘convocação’ de Filippi para nova disputa eleitoral na cidade já aquece os bastidores políticos. Principal rival na atualidade, o atual prefeito chegou a declarar no fim do ano passado que não temia esse embate, garantindo ter feito administração sólida. Entretanto, o verde tem sofrido desgaste para satisfazer integrantes de seu bloco de aliados e corre risco de perder alguns parceiros, justamente para o maior adversário.

Sob olhar da desconfiança por já ter se projetado em pleitos anteriores e recuado, o PSB destacou o nome do vereador Vaguinho do Conselho como possível candidato a prefeito em 2016. A legenda enfrenta, contudo, processo de crise interna após menções de que o secretário de Educação e primo do prefeito, Marcos Michels (PV), pode migrar para a legenda no sentido de minar as pretensões socialistas.