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Região é foco para locação de boxes

Metrofit investe R$ 25 milhões para abrir empreendimento em Santo André

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
16/02/2015 | 07:17
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Andréa Iseki/DGABC


Conceito bastante difundido nos Estados Unidos e na Europa, o self storage, termo em inglês para locação de boxes para armazenagem de itens pessoais ou de empresas, ainda é pouco conhecido no Brasil. Essa realidade, no entanto, pode mudar em breve. Pelo menos é a intenção da empresa brasileira Metrofit, fundada há dois anos e que, depois do primeiro empreendimento na Capital, abrirá, no início de março, filial em Santo André.

A empresa investiu R$ 25 milhões em imóvel com área construída de 8.000 m² e 5.700 m² de área bruta locável na Avenida Dom Pedro II. E não para por aí: até o fim do ano, a companhia planeja chegar a 12 pontos no País, o que inclui outro na região, em São Caetano, e, nos próximos três anos, ter 30 estabelecimentos.

Para quem não se lembra do que são esses empreendimentos, o programa de TV norte-americano Quem dá Mais (em que há leilões do conteúdo abandonado em depósitos desse tipo) ajudou a divulgar a ideia do formato. Faltavam, no entanto, empresas que apostassem na difusão do uso desses boxes aqui no Brasil.

E a Metrofit veio com esse objetivo. Fundador da companhia, o empresário austríaco Hans-Peter Scholl, que mora no País desde 2009, apostou nessa ideia e, associado ao grupo brasileiro gestor de fundos de investimento TRX e a sócios minoritários norte-americanos, está fazendo o negócio decolar. Scholl tem perspectiva otimista e não vê problemas para crescer nem mesmo no cenário atual de crise econômica no País. “Há uma demanda reprimida em toda a área urbana, onde o preço do mercado imobiliário é alto, os espaços estão diminuindo e a logística é complicada”, diz.

O executivo afirma que os boxes oferecem soluções práticas e custo acessível de armazenagem tanto para pessoa jurídica – por exemplo, lojistas que querem comprar estoques para o Natal e não têm onde guardar os produtos, ou empresas que estão se mudando e precisam de depósito temporário para seus arquivos – quanto consumidores. No caso do uso pessoal, pode ser uma saída para quem não tem onde colocar, por exemplo, coleções de itens que atravancam o espaço no apartamento, ou móveis e eletrodomésticos durante reforma na casa ou devido à demora na entrega de imóvel comprado na planta por quem planeja o casamento.

Scholl conta que a primeira unidade, há um ano em operação, tem 40% de ocupação, sendo 60% preenchidos por pessoa física e 40% por pessoa jurídica. Ele acredita que em Santo André pode ter até maior uso por consumidores, por causa da proximidade com bairros de alto padrão residencial. Segundo ele, a ideia é que esse público-alvo tenha acesso fácil ao empreendimento. Além da expectativa de ter entre os clientes lojistas de shoppings – que, na região, são nove. A locação na cidade terá média de R$ 65 a R$ 70 o metro quadrado, sendo que haverá desde boxe de 1 m² até 20 m². Os contratos são mensais.

SÃO CAETANO – A Metrofit planeja investir R$ 30 milhões em seu terceiro empreendimento, que será em São Caetano, ao lado do Espaço Cerâmica. Terá 9,000 m² de construção e área bruta locável de 6.400 m². A unidade será aberta até o fim do ano.


Companhia projeta faturamento anual de R$ 4 milhões em cada filial

O fundador da Metrofit, Hans-Peter Scholl, vê boas perspectivas para o negócio de locação de boxes no Brasil por fatores como os problemas de logística do País e a necessidade de espaço em meio à verticalização crescente nas áreas urbanas, além dos preços elevados dos imóveis. Ele projeta faturamento anual de R$ 4 milhões para cada empreendimento, após a fase de maturação, que deve levar de três a quatro anos.

Em Santo André, a sinalização é favorável. Scholl conta que o empreendimento nem abriu e já há fila de espera, de pessoas interessadas em alugar espaços no local, que oferece seguro (com taxa a partir de R$ 30) e sistema de vigilância, para garantir a proteção dos itens guardados ali.

Casado com uma brasileira, que ele conheceu durante intercâmbio na Noruega em 2003, o austríaco Scholl se mudou, em 2005, para os Estados Unidos. Foi naquele país que ele conheceu o sistema de self storage. Quando veio morar no Brasil, em 2009, se encontrou com investidores institucionais e percebeu que havia potencial nessa área. 




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