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Gaviões recepcionam o Corinthians com protesto no aeroporto
Do Diário OnLine
Com Diário do Grande ABC
29/09/2003 | 21:27
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A torcida foi recepcionar o time do coração no aeroporto. Mas a manifestação promovida pela Gaviões da Fiel contra o elenco do Corinthians, nesta segunda-feira, em Guarulhos, não foi nada amigável. Uma dezena de fanáticos se deslocou até o Aeroporto de Cumbica para mostrar faixas de desagravo aos atletas e à diretoria. Foi só mais um capítulo da novela em que se transformou a má fase do Corinthians, time que vem atormentado desde a eliminação na Copa Libertadores da América (no primeiro semestre).

O episódio mais recente da novela corintiana foi detonado com a goleada humilhante do último domingo: 6 a 1 contra o Juventude, em Caxias do Sul. A derrota foi tão acachapante que custou o cargo do treinador Geninho, demissionário logo depois do apito final.

A Gaviões pretendia centrar fogo no vice-presidente de Futebol do clube, Antônio Roque Citadini. Mas o cartola driblou a manifestação e chegou em São Paulo mais cedo, desembarcando em Congonhas. Na alegação oficial, ele não voltou com o resto do elenco porque tinha reunião marcada com o presidente Alberto Dualib, para discutir o novo treinador do time.

Os torcedores tiveram de se contentar com quem viam pela frente. Sobrou para o gerente de futebol, Edvar Simões, e para os jogadores Fabrício (chamado de 'cachaceiro') e Jamelli (chamado de 'bambi', por causa da ligação histórica com o arqui-rival São Paulo).

Apesar das ausências de Citadini e Dualib, a Gaviões promete manter a linha de protestos. O ex-presidente Douglas Deúngaro, o Metaleiro, ameaçou promover um acampamento em frente à casa de Dualib para pressionar pela demissão de Citadini. O polêmico vice-presidente de Futebol anda entalado na garganta da torcida, especialmente porque revelou ser fã da escola de samba Vai-Vai na disputa pelo Carnaval paulistano – a Gaviões da Fiel tem uma vitoriosa escola de samba como o principal cartão de visita.

Segundo o vice-presidente da Gaviões da Fiel, Anderson Sabará, o problema do Corinthians é Antônio Roque Citadini. "O Geninho tem sua parcela de culpa, assim como os jogadores, mas enquanto o Citadini estiver lá (na direção do clube), nada vai mudar e ninguém vai dar certo no comando do time. Ele pensa que manda", afirmou o torcedor. "Não pode um moleque de 16 anos sofrer essa pressão por culpa do Citadini."

Uma das faixas levada ao aeroporto pelos Gaviões fazia menção ao cargo de Citadini como conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, chamando-o de "funcionário fantasma". Outra faixa se enderaçava ao chefe de Citadini: "Dualib, incompetente, esse é o nosso presente?" – numa referência aos 93 anos do Corinthians, comemorados em 1º de setembro.

Abtaido, o jovem elenco do Corinthians preferiu deixar o aeroporto sem falar com a imprensa. Só os líderes Gil e André Luiz assumiram a tarefa árdua e encararam o clima ruim. "A primeira coisa que precisamos fazer é levantar o astral para conseguir sair dessa situação", afirmou o atacante.

Mas Gil não conseguiu explicar como o grupo pode dar a volta por cima. "Tem de ver como vamos fazer para reverter isso. É procurar vencer e assimilar o que aconteceu. O time está só perdendo e só com determinação vamos fazer por merecer sorte melhor."

O atacante não quis comentar a decisão do técnico Geninho de abandonar o time no meio da crise. "Fico chateado, todos nós somos culpados. O Geninho decidiu sair neste momento, tomou a decisão que achou viável e agora é cada um se cobrar um pouco mais", recomendou.

Geninho também escapou do turbilhão de protestos. Ele decidiu ficar no Sul e anunciou que pretende tirar dez dias de folga.




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