As duas vítimas estavam em uma sala ao lado do templo, onde 400 pessoas participavam da missa celebrada pelo padre Irio Rissi. O bandido levou cerca de R$ 750,00 em dinheiro e cheques que estavam na bolsa da coordenadora de liturgia Clóris Silva. O advogado Nelson Pereira de Souza chegou oferecer R$ 250,00 em dinheiro, mas o ladrao preferiu levar só a carteira com os documentos.

O bandido teve sorte de sair antes de o padre terminar a missa, porque o sacerdote costuma usar revólver, já atirou duas vezes em assaltantes e tem fama de ter prendido seis, quando cuidava de uma paróquia na capital paulista.

O assaltante fugiu numa moto que o esperava em frente a igreja, mas foi visto por Jorge Uno, que imediatamente avisou o padre Irio Rissi. O vigário nao se abalou. Quinta-feira ele explicou o motivo. "Eu fui padre na paróquia de Coraçao de Maria no bairro Higienópolis, em Sao Paulo e estou muito acostumado com isso".

Rissi afirmou que durante o período em que esteve na Capital, ele ajudou a prender seis ladroes dentro da igreja. Em dois deles o padre usou seu revólver calibre 38. "Já dei dois tiros, mas quando faço isso miro sempre nas pernas, para nao matar", disse o padre.

Faz pouco mais de um ano que Risso, gaúcho, está em Araçatuba. O costume de manter uma arma de fogo em casa ele nao abandonou. "Essa campanha do governo para desarmar as pessoas é um absurdo, porque o bandido continua armado", disse o vigário, que nao pretende se desfazer de seu revólver. "Já fiz curso de investigador e trabalhei em presídio, e aprendi que durante um assalto tudo que podemos fazer é ficar quietos e nao reagir", diz o padre. A arma segundo ele, é útil quando se sabe usá-la.