O Irã enforcou nesta terça-feira um homem acusado de espionagem para o Mossad (serviço de inteligência israelense), após dois atentados que mataram um cientista nuclear iraniano e deixaram outro ferido, em ações atribuídas por Teerã a espiões americanos, israelenses e britânicos.
Esta é a segunda execução de um iraniano declarado culpado de espionagem para o Mossad desde 2008.
O iraniano Ali Akbar Siadat foi considerado culpado de espionar para o Mossad e enforcado nesta terça-feira na penitenciária de Evine, em Teerã, anunciou a agência de notícias estatal Irna, que citou fontes judiciais.
Siadat foi considerado culpado de ter mantido vínculos com o serviço secreto israelense durante seis anos.
Ele tinha encontros com os contatos israelenses em hotéis da Turquia, Tailândia e Holanda, de acordo com a Irna.
O executado foi preso em 2008 quando tentava deixar o país ao lado da mulher, segundo a promotoria.
Segundo a agência oficial, Siadat admitiu ter estabelecido contatos com uma embaixada israelense e repassado, entre outros dados, informações sobre bases militares do país, pelas quais recebeu 60.000 dólares.
De acordo com a Irna, ele Siadat recebeu, há três anos, um computador e outros equipamentos para fazer o trabalho de espionagem.
"Durante o interrogatório, confessou ter entregue informações a um funcionário dos serviços secretos do regime sionista sobre missões militares, bases militares e os mísseis da Guarda Revolucionária", afirmou uma fonte da promotoria, a respeito do exército ideológico do regime iraniano.
A tensão entre Irã e Israel aumentou nos últimos anos, sobretudo em consequência do polêmico programa nuclear iraniano e das declarações do presidente Mahmud Ahmadinejad, para quem o Estado hebreu deveria ser "varrido do mapa".
Israel acusa o Irã de tentar produzir armamento atômico, sob a fachada de um programa nuclear civil.
Teerã acusa com frequência o Estado hebreu de executar atividades hostis contra seu governo, como a espionagem de programas nucleares e militares do país.
No fim de novembro, o Irã acusou os serviços secretos israelense, americano e britânico de responsabilidade nos dois ataques contra dois cientistas nucleares.
Um dos especialistas, Majid Shahriari, morreu na explosão de uma bomba que havia sido instalada em seu automóvel e o outro, Fereydun Abbassi Davani, foi ferido em um ataque similar.
No domingo, o procurador de Teerã, Abbas Jafari Dolatabadi, anunciou a condenação à pena capital de "outro espião do regime sionista".
"Este espião foi condenado à morte. Após a confirmação da pena, a identidade será revelada", disse à agência Mehr
Dolatabadi acrescentou que a justiça examina atualmente outros casos ligados à espionagem.
Em novembro de 2008, o Irã enforcou Ali Ashtari, também acusado de espionagem a favor de Israel e anunciou o desmantelamento de uma rede que trabalhava para o Estado hebreu.
A justiça pediu pena de morte para três espiões da rede, mas não divulgou as identidade.
As autoridades não revelaram se o executado desta terça-feira era um dos três indiciados detidos.
Além disso, a justiça de Teerã anunciou ainda a execução na forca de um membro dos Mujahedines do Povo, principal organização da oposição armada, por "participação em reuniões contrarrevolucionárias".
Com estas mortes, sobe para 171 o número de pessoas executadas pelo regime iraniano em 2010, segundo um balanço da AFP com base em informações da imprensa local.
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