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No momento em que foi preso, Consoli estaria se despedindo da família para fugir do país. Ele relatou ao delegado Manoel Camassa, do Deic, que iria discutir com sua esposa e sua filha se iria mesmo fugir do país ou se entregar às autoridades. Com ele, a polícia apreendeu três identidades (nos nomes de Antonio Vita, Antonio Gravina e Alessandro Ghezzi), um CPF e uma carteira de motorista – todos falsificados. O italiano foi autuado em flagrante no Deic por uso de documento falso. Consoli ficará no Deic à disposição da Justiça, aguardando extradição para a Itália.
Disfarces - Quando foi detido pela polícia, Consoli usava uma peruca e óculos, disfarçado de Antonio Vita (cujo RG, falso, foi apresentado na hora da abordagem). Ao ser identificado como o criminoso procurado em mais de 180 países, ele afirmou que "nem se lembrava mais" do nome Vicenzo Consoli.
O italiano dizia que estava morando no Brasil pois todos os seus parentes foram mortos na Segunda Guerra Mundial, o que é mentira. Grande parte da sua família ainda mora em Messina, cidade italiana da qual fugiu em 1978.
O criminoso internacional nasceu em Piazza Armerina, na Sicília. Acusado de ligações com a Máfia siciliana, Consoli foi preso por porte ilegal de armas em Messina, em 1978, e condenado a dois anos de prisão. Ele acabou internado na clínica psiquiátrica Castiglioni Stivieri, de onde fugiu. Depois que fugiu do hospital, Consoli se envolveu em um assassinato e um seqüestro, o que lhe rendeu mais 27 anos e 9 meses de cadeia.
Vicenzo Consoli passou pela Suíça, onde arranjou um passaporte falso, e acabou no Brasil, onde vivia seu tio Vicenzo Francisco Consoli. Na pele de Alessandro Ghezzi, casou, teve dois filhos e fez fama e fortuna na região de Jundiaí (interior de São Paulo). Influente, era amigo de autoridades e freqüentava festas da alta roda da região, aparecendo inclusive em colunas sociais.
Morando no Brasil desde 1980, Consoli se firmou como um empresário de sucesso e figura respeitada em Jundiaí. Seus negócios incluíam imóveis, bar, boate, uma empresa de promoção de festas e casas de câmbio. Ele inclusive é o proprietário do prédio que abriga a delegacia de Várzea Paulista, e alugou-o à polícia sem levantar qualquer suspeita. Sua filha Renata, 22 anos, é funcionária da Polícia Civil, lotada em Várzea Paulista como operadora de telecomunicações.
Na Sicília é assim - Um ex-funcionário de Consoli que cobrava uma dívida de US$ 700 foi ameaçado por ele. Para intimidar o interlocutor, o italiano afirma ter matado quatro pessoas na Itália e dizia contar com a proteção do "delegado Dhjair" (identificado como Dhjair Tursi, que seria seu sócio em uma casa de câmbio). A pessoa gravou as ameaças de morte em uma fita e encaminhou uma cópia à polícia.
Irritado pela cobrança, Vicenzo Consoli, tratado na gravação como Alessandro, faz ameaças não apenas ao interlocutor. "Se não pego você, eu pego seu pai. Sou siciliano. Na Sicília é assim. Se não consegue o alvo, a família", afirma o italiano na gravação. "Eu sou macho para te matar. Eu já matei quatro sem proteção de ninguém", avisa.
A fita mostra ainda Consoli ironizando a possibilidade de o interlocutor gravar a conversa, recomendando que ele evite procurar o delegado que o protege. "Pode procurar a polícia. Só não procura o Dhjair, porque ele me protege. Pode ir a São Paulo, pode ir à Corregedoria", afirma.
Dhjair Tursi negou envolvimento com Consoli. Ele foi convocado pela Corregedoria da polícia a prestar explicações.
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