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Polícia prende 21 ligados ao PCC
Marco Borba
Do Diário do Grande ABC
21/07/2006 | 08:12
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Operação realizada conjuntamente pelo Deic, Ministério Público e o setor de inteligência da Polícia Federal resultou na prisão, entre a tarde de quarta-feira e noite de quinta-feira, de 21 pessoas suspeitas de envolvimento com o crime organizado. Entre os presos está Maria Cristina Rachado, advogada de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder do PCC (Primeiro Comando da Capital). No total, foram expedidos 22 mandados de prisão, com base em informações obtidas por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. As investigações que culminaram nas prisões foram iniciadas em abril, um mês antes dos ataques contra as forças policiais, e constataram que o grupo movimenta mais de R$ 200 mil por mês com venda de drogas.

Conforme explicou o delegado do Deic, Ruy Ferraz Fontes, as investigações que resultaram na operação tinham como foco a movimentação financeira resultante da venda de drogas da facção na zona Oeste da Capital. “Depois foi ampliada (investigação) em razão dos ataques de maio e com a revelação de que Maria Cristina havia comprado a fita com depoimento sigiloso da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Tráfico de Armas.”

De acordo com o delegado, por meio das escutas telefônicas a polícia flagrou Maria Cristina cobrando de Lucas Renato (foragido) dívidas pelos serviços prestados à facção e descobriu ainda que Marlene Simões e Carla Patrícia de Andrade eram responsáveis pela contabilidade do dinheiro arrecadado com a venda de drogas nas bocas comandadas pelo PCC no Estado.

A advogada Maria Cristina foi presa em sua residência, no bairro Vila Rosa, e Marlene Simões e Carla Patrícia, no bairro da Lapa, na Capital. “A Marlene contabilizava o dinheiro e dizia o destino que tinha de ser dado às drogas. A Carla, por sua vez, arrecadava o dinheiro nos pontos de venda e levava para essa central”, disse Ruy Ferraz.

No QG do crime organizado, na Lapa, os policiais apreenderam também cerca de 20 quilos de cocaína e R$ 35 mil em dinheiro. Segundo o Deic, as investigações apontam que a movimentação financeira do PCC com a venda de drogas chegou a R$ 224 mil no mês de maio. Esse valor seria o da arrecadação média mensal.

As escutas telefônicas também revelaram que Ronaldo de Simone e Davi Magalhães, o Zé da Muleta, presos em Presidente Venceslau (interior paulista), é que distribuíram as ordens para o exterior do presídio, sobre ações contra as forças de segurança e demais delitos.

Entre os presos, estão Alex Claudino, responsável pelas operações criminosas do PCC na Zona Oeste; Leandro Souza Queiroz, o Leandrinho, que fiscalizava e organizava o dinheiro do tráfico; Robson de Jesus da Silva, o Marrom, responsável pela arrecadação do dinheiro proveniente da venda de drogas em todo o Estado; Osvaldo Cosmo da Cunha, que administrava o armamento da facção; e Wagner Ferreira de Lima, o Xuxinha, que consolidou o poder do PCC na região de Parada de Taipas.

Na casa de Osvaldo Cosmo, na zona oeste, os policiais apreenderam um fuzil e quatro espingardas calibre 28. “Essas pessoas não foram presas já na ocasião dos ataques às forças policiais porque não tínhamos os locais onde poderíamos encontrá-las. A maioria dessas pessoas participou diretamente das ordens de ataques”, alegou Ruy Ferraz.

O delegado do Deic considerou a operação um duro golpe à organização criminosa. “Com o serviço de inteligência integrado, desmontamos o que eles montaram para a venda de entorpecentes no Estado.”

Ruy Ferraz preferiu não arriscar a afirmativa de que o PCC já comanda a maior parte dos pontos de drogas no Estado. “Não podemos revelar onde estão esses pontos, mas estão espalhados pela Baixada Santista, Grande São Paulo e até no interior.” O delegado diz que a Polícia não teme eventuais reações do crime organizado. “Estamos vigilantes e preparados para qualquer eventualidade.”

O promotor do Gaeco, Márcio Cristino, também considerou a ação policial um forte golpe ao PCC. “Podem até se reorganizar, mas estamos vigilantes. O mapeamento feito a esses criminosos é algo inédito.”




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