Além dos 7.000 servidores públicos que aguardam pelo pagamento da primeira parcela do 13º salário por parte da Prefeitura de Diadema, o benefício legal também não chegou para os cerca de 1.100 aposentados e pensionistas. Nesse caso, os recursos não saem do caixa da administração, mas sim do Ipred (Instituto de Previdência do Servidor Municipal de Diadema).

A presidente do Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema), Jandyra Uehara Alves, classificou a situação como "inadmissível e inexplicável".

O superintendente do Ipred, Roberto da Silva Oliveira, justificou o não pagamento do 13º salário pelo fato de a Prefeitura ter atrasado o repasse das contribuições previdenciárias - cerca de R$ 2 milhões. "Recebemos no fim de julho o valor. Também estávamos com aplicações financeiras e sofremos algumas ações judiciais em agosto."

No entanto, Oliveira garantiu o pagamento até o dia 15. "Estamos fazendo a revisão dos valores e acertando a data", afirmou o superintendente. O montante do 13º não foi revelado.

Segundo o Diário apurou, em 2008, a folha de pagamento do Ipred girava em torno de R$ 1,2 milhão. Neste ano, o valor seria em torno de R$ 1,3 milhão com o reajuste de 6%.

Tradicionalmente, o pagamento do 13º salário dos aposentados e pensionistas seguia o dos servidores municipais. A primeira parcela em julho. No ano passado, a administração de José de Filippi Júnior (PT) antecipou para o mês de abril.

Neste ano, a Prefeitura justificou o atraso por conta dos sequestros de receitas para pagamento de precatórios não alimentares (desapropriações em sua maioria). No primeiro semestre foram R$ 23 milhões - o último de R$ 12 milhões. A administração municipal também está com atraso no pagamento dos fornecedores.

Para o superintendente do Ipred, os sequestros de renda implicaram em reorganização financeira não só para a Prefeitura quanto no próprio instituto.

O Ipred é uma entidade autárquica criada em janeiro de 1995.

Campanha - Desde segunda-feira, o Sindema está com a campanha para pagamento da primeira parcela do benefício, intitulada ‘13º Já', com direito à distribuição de adesivos para os servidores colarem nas roupas. Até ontem, segundo a presidente, a Prefeitura não havia agendado reunião para discutir o impasse.TL